A escola primária, Robb Elementary School, em Uvalde, no Texas, onde um atirador assassinou 19 crianças e dois adultos, vai ser demolida, com o presidente da cidade a afirmar que nenhuma criança ou professor deve regressar a esta escola.
“Aquilo que concluí – e tive essa discussão com o superintendente [do distrito escolar] – é que a escola será demolida. Não se pode pedir a uma criança para voltar, ou a um professor, para voltar àquela escola”, disse Don McLaughlin, citado pelo Guardian.
Esta revelação, que surgiu horas depois de um membro do departamento de segurança pública do Texas ter revelado que a resposta da polícia foi um “falhanço abjeto”, não clarificou quando é que a escola seria demolida, nem quanto tempo demorará a ser construída a nova.
Segundo o departamento de segurança público, as forças de segurança, munidos de armas pesadas, esperaram 70 minutos para entrar no edifício e só depois é que entraram na sala de aula onde o atirador, identificado como Salvador Ramos, de 18 anos, acabaria por ser abatido pela polícia durante o ataque.
O líder deste departamento, Steve McCraw, o chefe da polícia local, diz que Pedro “Pete” Arredondo, colocou a vida dos polícias à frente da vida das crianças. “Os polícias tinham armas, as crianças não tinham. Os polícias usavam colete à prova de bala, as crianças não. Os polícias tinham treino, o atirador não tinha”, rematou McCraw
A prática de demolir escolas depois de um tiroteio não é nova nos Estados Unidos, tendo acontecido, por exemplo, precisamente depois do tiroteio na escola primária de Sandy Hook, no Connecticut, onde um atirador fez 26 vítimas mortais.
Arredondo, que esteve presente na audiência, mas não falou, tinha afirmado anteriormente que não se considerava o comandante responsável no local do ataque e que não ordenou aos oficiais que não arrombassem a porta, escreve o Al Jazeera. O comandante da polícia local disse que deixou os seus rádios fora da escola, o que impediu a comunicação e uma rápida resposta ao ataque.
Esta terça-feira, senadores norte-americanos divulgaram um projeto de lei bipartidário para restringir o acesso a armas de fogo, que reúne uma série de reformas limitadas mas que são as primeiras em décadas.
O projeto de lei “apoiado por membros de ambos os partidos é um passo em frente e salvará vidas”, salientou o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, que procura uma resposta para os tiroteios em massa que têm abalado o país.
Segundo dados do Arquivo de Violência Armada deste país, já morreram 20 738 pessoas devido a armas, 9 320 de homicídio voluntário ou involuntário e 11 418 de suicídio, enquanto pelo menos 17 604 ficaram feridas.
Mais de 44 000 pessoas morreram em 2021, a maioria por suicídio, de acordo com o Arquivo de Violência Armada norte-americano.