Líder da polícia de Uvalde afastado

Responsável pela polícia de Uvalde, onde um atirador matou 19 crianças, foi afastado do seu cargo, enquanto a resposta policial está a ser considerada um «falhanço abjeto».

Pedro ‘Pete’ Arredondo, o chefe da polícia de Uvalde, foi afastado das funções na sequência do tiroteio que vitimou 19 crianças e dois adultos na escola primária Robb Elementary School.

Sem oferecer mais explicações para este afastamento, Hal Harrell, o superintende das escolas citou a falta de informações sobre quando podem chegar os resultados da investigação, num momento em que a resposta da polícia à ameaça está a ser classificada como um «falhanço abjeto».

Segundo o departamento de segurança público, as forças de segurança, munidas de armas pesadas, esperaram 70 minutos para entrar no edifício onde o atirador, identificado como Salvador Ramos, de 18 anos, acabaria por ser abatido.

O líder deste departamento, Steve McCraw, considerou que Arredondo colocou a vida dos polícias à frente da vida das crianças.

«Os polícias tinham armas, as crianças não tinham. Os polícias usavam colete à prova de bala, as crianças não. Os polícias tinham treino, o atirador não tinha», rematou McCraw.

Arredondo, que esteve presente na audiência, mas não falou, tinha afirmado anteriormente que não se considerava o comandante responsável no local do ataque e que não ordenou aos oficiais que não arrombassem a porta, escreve o Al Jazeera. O comandante da polícia local disse que deixou os seus rádios fora da escola, o que impediu a comunicação e uma rápida resposta ao ataque.

 

Demolir a escola

Depois do massacre na escola primária, o autarca de Uvalde, Don McLaughlin, afirmou que iria demolir o edifício, defendendo que «não se pode pedir a uma criança para voltar, ou a um professor, para voltar àquela escola».

Esta medida já tinha sido sugerida pelo próprio Presidente Joe Biden. Contudo, McLaughlin não especificou quando a escola seria demolida, nem quanto tempo demorará a ser construída a nova.

A solução de demolir uma escola depois de um tiroteio não é inédita nos Estados Unidos, tendo acontecido, por exemplo, depois do tiroteio na escola primária de Sandy Hook, no Connecticut, onde um atirador fez 26 vítimas mortais.

Segundo dados do Arquivo de Violência Armada norte-americano, já morreram este ano no país 20 738 pessoas devido a armas, 9 320 de homicídio voluntário ou involuntário e 11 418 de suicídio, enquanto pelo menos 17 604 ficaram feridas.

Mais de 44 000 pessoas morreram em 2021, a maioria por suicídio, de acordo com a mesma entidade.