As empresas querem ser as únicas a gozar dos avanços tecnológicos, que permitem mais trabalho em menos horas, o que até pode ser considerado errado, mas compreensível.
O que já não será compreensível é a questão dividir os partidos entre esquerda e direita, sendo que a direita apoiará nisto as pretensões das empresas, e a esquerda a dos trabalhadores. E no entanto, parecer-me-ia mais razoável serem os trabalhadores e as empresas a gozarem por igual desses avanços tecnológicos. Se para isso for preciso interditar produtos de países que não queiram praticar uma questão que surge como tão justa, muito bem: faça-se. Claro que é injusto ter de concorrer com Estados que não dêem esses direitos a todos, e consigam assim diferenças de preços nos produtos.
Pelo que se sabe, os países que já avançaram com uma maior diminuição do tempo de trabalho, aumentaram a produtividade. E até as multinacionais dos EUA adiantaram já um fim-de-semana a começar à 6ª-feira ao almoço (até inventaram para isso o ‘casual suit’ pedindo aos trabalhadores que não marquem reuniões com clientes nesses dias), embora sem darem horas de trabalho aos seus trabalhadores. Como seria de esperar num país como os EUA, onde contam sobretudo os empresários, e as suas doações aos políticos.
Quanto a um aumento de salários de 20%, ouvi falar numa meta de 4 anos. Por alguma razão a oposição desgasta mais do que o poder. Até mesmo quando o poder perde alguma coisa, mas ganha esmagadoramente, como em França. Agora sobre os efeitos da inflação nisto, já não digo nada.