O vocalista da banda Green Day, Billie Joe Armstrong, anunciou que vai “renunciar” à sua cidadania norte-americana, após a revogação do Supremo Tribunal dos Estados Unidos quanto ao direito estatal ao aborto.
“Que se f*** a América. Estou a renunciar à minha cidadania. Venho para cá”, admitiu o artista, durante um concerto no Estádio de Londres, em Inglaterra.
“Há demasiada estupidez no mundo para regressar aquela desculpa miserável de país”, afirmou, citado pela revista Rolling Stones, ao garantir que não estava a brincar quando disse que ia trocar de país: “Vão ter muito de mim nos próximos dias”.
Billie Joe Armstrong não foi o único músico indignado com esta decisão do Supremo Tribunal norte-americano.
No Festival de Glastonbury, também no Reino Unido, o rapper Kendrick Lamar terminou o concerto com uma declaração dirigida para a alteração histórica.
“Eles julgam-me. Julgam Cristo. Boa sorte para os direitos das mulheres”, disse o artista duas vezes.
Já a cantora neozelandesa Lorde também deixou uma mensagem para todas as mulheres no seu público. “Querem ouvir um segredo? Os vossos corpos estão destinados a ser controlados e objetificados desde o momento em que nasceram”.
Em Glastonbury, as artistas Phoebe Bridgers, Billie Eilish e Olivia Rodrigo confessaram-se repugnadas com a decisão.
Na passada sexta-feira, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos revogou o direito constitucional ao aborto, num retrocesso sem precedentes. O direito ao aborto foi estabelecido nos Estados Unidos no caso histórico de 1973, conhecido como ‘Roe v. Wade’.
Com esta decisão, cada Estado agora poderá escolher como aplicar leis antiaborto se assim o decidir. Ou seja, isto significa que, no mesmo país, poderão haver Estados onde será legal interromper uma gravidez, outros onde será proibido e outros com mais restrições.