Ana Santos em 2018 foi nomeada "técnica especialista" do gabinete do ex-ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho "para exercer funções na área da assessoria de comunicação", função que já ocupava desde 2017, com Azeredo Lopes.
Era uma jovem licenciada em Jornalismo e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais, Segurança e Defesa.
Mas em janeiro de 2021 foi convidada pelo então presidente da IdD-Portugal Defence, empresa pública com tutela dos Ministérios da Defesa Nacional (MDN) e das Finanças (MF), para o cargo de Diretora de Relações Internacionais. Sem concurso público, uma vez que a holding está sujeita ao regime privado em matéria de contratações, entrou diretamente para o quadro. Teve um upgrade salarial, passando de 3.575 euros brutos, para 4.089. Na altura, liderava esta holding estatal Marco Capitão Ferreira, atual secretário de Estado da Defesa.
A nova Ministra da Defesa, Helena Carreiras foi busca-la para sua adjunta. O porta-voz do gabinete de Carreiras, esclarece que esta adjunta faz "a articulação com a Assembleia da República, nomeadamente com a Comissão Parlamentar de Defesa". Houve um ruído nesta transferência. A adjunta optou pelo salário de origem da IdD, e ficou a ganhar cerca de mais 300 euros por mês que o os colegas na mesma categoria: ela aufere os 4.089,14 € e os restantes adjuntos 3.732,76 €.
Tudo pode ser legal. Mas o problema está na nomeação partidária para cargos muito bem pagos, que podiam ser exercidos por pessoas da Função Pública. O que haverá por aí nas autarquias? E o que será o forrobodó na regionalização?
Quanto custam ao nosso pobre Estado e aos seus contribuintes os gabinetes ministeriais, ainda por cima com funções duplicadas.