Foi reconhecida oficialmente pelo Governo a situação de seca severa e extrema agrometeorológica em todo o continente, “o que consubstancia um fenómeno climático adverso, com repercussões negativas na atividade agrícola”, como é possível ler em Diário da República através de um despacho de 21 de junho da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes.
Por meio dos dados de monitorização agrometeorológica e hidrológica, ilustra-se a situação de seca no continente, sendo que depois da ligeira melhoria verificada nos meses de março e abril, “voltou a apresentar um agravamento significativo nos meses de maio e junho de 2022 com consequentes impactos negativos na atividade agrícola”.
Sabe-se que Portugal continental estava, em maio, com aproximadamente 97,1 % do território na classe de seca severa e 1,4 % na classe de seca extrema. “Esta situação sofreu um agravamento na 1.ª quinzena de junho com a totalidade do território continental em situação de seca severa ou extrema”, é referido no documento. Já a 15 de junho, o ano hidrológico 2021/22 apresentava um défice de precipitação acumulada de 408 milímetros inferior ao normal e é ainda mencionada a descida do volume de água armazenada em grande parte das bacias hidrográficas.
O reconhecimento oficial da situação de seca extrema ou severa em Portugal continental tem como objetivo primordial minimizar os efeitos da seca na atividade agrícola e no rendimento dos agricultores. Em declarações à Rádio Observador, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, reconheceu que a seca vivida no país constitui um problema estrutural e não conjuntural. Por este motivo, apela aos portugueses que poupem e preservem cada vez mais água.