O presidente da câmara de Oeiras respondeu às críticas do Bloco de Esquerda que acusa a autarquia de querer utilizar terrenos da Reserva Ecológica Nacional do concelho para negócios imobiliários.
“O Município de Oeiras tem, em fase de aprovação, um parque empresarial promovido por um consórcio entre a Teixeira Duarte e a China Construction Company, em terrenos numa antiga pedreira, em Caxias, a Pedreira das Perdigueiras, num investimento estimado em mais de 300 milhões de euros, que se prevê criar mais de 2000 postos de trabalho”, lê-se no comunicado da autarquia, presidida por Isaltino Morais, a que o Nascer do Sol teve acesso.
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda esteve com Carla Castelo, vereadora independente eleita na coligação Evoluir Oeiras, em Oeiras, onde disse ter encontrado “um bom exemplo do que não deve acontecer”. “Isaltino Morais, ao arrepio da classificação destes terrenos como Reserva Ecológica Nacional, ao arrepio de pareceres da CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional], ao arrepio até do que já foi escolhido pela população num orçamento participativo local, que queria que esta fosse uma área verde, arborizada, quer transformar toda esta zona em terreno urbano com casas para a classe média-alta”, acusou Catarina Martins.
“Não nos enganemos, há aqui quem ganhe dinheiro: ganha dinheiro a Teixeira Duarte, ganha milhões quem tem aqui terrenos e vai construir”, acrescentou.
Já o presidente da Câmara acusa o Bloco de Esquerda de ser um partido radical e respondeu às alegações de Catarina Martins com sarcasmo: “Sim, como refere a notícia do sítio da internet do partido radical Bloco de Esquerda, caso o empreendimento seja bem-sucedido, é provável que haja lugar à criação de riqueza, de postos de trabalho e lucro, tudo conceitos espúrios para os radicais que, para os comuns mortais, são positivos”.
“Sem criação de riqueza os salários dos portugueses não crescem; sem trabalho o País não evolui (sabemos que trabalho não é coisa muito habitual para os radicais, mas a maior parte dos portugueses precisam de trabalhar para ganhar a vida) e sem perspetiva de lucro não há investimento privado”, sublinhou Isaltino Morais, acrescentando que talvez “a líder daquele partido de extrema esquerda radical não aprecie a qualidade de vida e os bons indicadores de Oeiras, há muito que defendemos uma sociedade livre, inclusiva e de bem-estar, provavelmente muito distante da Albânia sonhada pelos radicais do Bloco de Esquerda”.
Mas as críticas às alegações do Bloco de Esquerda não ficam por aqui, o autarca fez questão de, no comunicado, elencar os bons indicadores do município, como a “média salarial mais elevada do País”, “os programas de habitação da população carenciada, da classe média ou dos jovens”, a “universalização do acesso ao ensino superior que promovemos para todos os jovens do Concelho”.
Por último, o presidente da Câmara salienta que Catarina Martins não conhece a realidade do município e deixa um aviso: “Aqui não há terreno social fértil para vender as suas propostas de banha da cobra, que vêm dividindo os portugueses e atrasando Portugal. (…) Os radicais da extrema esquerda aqui nunca passarão!”.