Os atrasos e os cancelamentos no aeroporto de Lisboa continuam e, para esta terça-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal, previu o cancelamento de mais 28 voos. Deste número, 16 dizem respeito a voos de chegada a Lisboa e 12 a voos com saída da capital portuguesa.
Nos últimos dias, a rotina no aeroporto Humberto Delgado resume-se a isto: longas filas de espera, reclamações e passageiros em desespero sem conseguir ver a sua situação resolvida atempadamente. Em causa estão greves, falta de trabalhadores ou constrangimentos em vários aeroportos europeus.
Governo diz estar “atento” O Governo já reagiu aos atrasos e cancelamentos nos aeroportos e prometeu estar “atento e preocupado”. Pelo menos foi esta a resposta do Ministério das Infraestruturas e da Habitação foi enviada à Deco a que a Lusa teve acesso, após a associação de defesa do consumidor ter dito ao Governo e à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) para intervirem para acautelar os interesses dos passageiros afetados pelos cancelamentos de voos em Lisboa nos últimos dias, cujo direito à assistência “não está a ser aplicado”.
“O Governo está atento e preocupado com a turbulência que tem afetado os aeroportos europeus, com efeitos também nos aeroportos portugueses”, lê-se na resposta do ministério onde acrescenta que está “contacto permanente com a ANAC”, para que sejam “tomadas as diligências necessárias para serem executadas todas as medidas legais, tendo em vista a melhoria das condições oferecidas aos passageiros em momentos críticos”.
O ministério liderado por Pedro Nuno Santos diz ainda estar em contacto com a ANA “para sinalizar e encontrar soluções para os problemas identificados, nomeadamente no que concerne ao serviço prestado aos passageiros em espera”.
Deco diz ser “inaceitável” Entretanto, a Deco já se pronunciou sobre este assunto, garantindo que “considera lamentável mais um episódio de cancelamento de voos, maioritariamente operados pela TAP, marcado pela ausência de assistência apropriada aos passageiros, e que determinou largas horas de espera no aeroporto e até que muitos passageiros pernoitassem no aeroporto”.
A associação de defesa ao consumidor diz ainda lamentar que vários passageiros não tenham “recebido informação e assistência adequada, tendo inclusivamente alguns passageiros pernoitado no próprio aeroporto”. E diz já ter denunciado “a situação à Autoridade Nacional de Aviação Civil com vista à adoção de medidas no âmbito das suas competências e, manifestou, ainda, um conjunto de preocupações junto do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, salientando a necessidade de serem, em definitivo, implementados planos de contingência que deem resposta a situações de cancelamentos massivos, respeitando os direitos dos consumidores”.
E as companhias aéreas não ficam bem na figura, com as queixas a dispararem, como defende o diretor do Portal da Queixa. “Neste último mês e meio já estamos a falar de cerca de 200 declarações que, no fundo, incidem sobre estas dificuldades que se relacionam diretamente com os reembolsos, vouchers e utilização das remarcações dos cancelamentos. Tudo orbita à volta desta dificuldade que as marcas têm, nomeadamente a TAP, em dar resposta. A TAP, por exemplo, na plataforma tem uma taxa de resolução de apenas 13% e igual como taxa de resposta, o que significa que grande parte das pessoas ficam sem resposta e sem soluções”, disse à TSF Pedro Lourenço.