As autoridades de Chicago prenderam um suspeito que poderá estar ligado com o tiroteio de 4 de julho em Highland Park, subúrbio desta cidade, causando, pelo menos, seis vítimas mortais e 26 feridos que tiveram de ser hospitalizados. A polícia informou que o suspeito do crime é um homem de 22 anos, Robert E Crimo III, que, segundo os meios de comunicação norte-americanos, é um rapper de Chicago conhecido por publicar as suas músicas nas redes sociais com videoclipes “controversos”.
“Vários videoclipes com o seu nome aparecem em diferentes plataformas e redes sociais, mostrando um jovem com características físicas semelhantes às fotografias mostradas pela polícia”, escreve a BBC. “Em vários dos vídeos, Crimo parece fazer apologia a armas e tiroteios em escolas. Num dos vídeos, intitulado On my Mind, ele é visto com um colete e um capacete de operações militares em uma sala de aula. Em determinado momento da gravação, ele enfia a mão em uma mochila e, após um corte para uma tela preta, a sala de aula é vista em caos. O jovem então sorri com malícia”, pode ler-se no meio de comunicação.
O Presidente dos Estados Unidos já reagiu a esta tragédia afirmando estar “chocado”, mas reiterando que não “vai desistir de lutar contra a epidemia da violência armada”.
“A Jill [Biden] e eu estamos chocados com a violência armada sem sentido que mais uma vez trouxe sofrimento a uma comunidade americana neste Dia da Independência”, realçou Joe Biden, citado num comunicado publicado no site da Casa Branca.
Demonstrando gratidão às equipas de socorro, o chefe de Estado disse que já conversou com o governador do estado do Illinois, Jay Robert “J. B.” Pritzker, e com a presidente da Câmara Municipal de Highland Park, Nancy Rotering, oferecendo “todo o apoio do Governo federal”.
“Também acionei a polícia federal para ajudar na busca urgente pelo atirador, que continua neste momento em fuga”, realçou, atentando que “os membros da comunidade devem seguir as orientações das autoridades no local”.
Joe Biden lembrou ainda que, recentemente, assinou “a primeira grande lei bipartidária de reforma de armas em quase 30 anos”, que, segundo o mesmo, “inclui ações que vão salvar vidas”. “Mas há muito mais trabalho a fazer e não vou desistir de lutar contra a epidemia da violência armada”, sublinhou.
O tiroteio em Chicago é mais um dos muitos incidentes de violência armada registada nos Estados Unidos, que tem vivido um aumento deste tipo de casos nos últimos dois anos.
Este foi o 315º tiroteio em massa registado este ano nos Estados Unidos, segundo dados do site Gun Violence Archive. Este ano, já foram reportadas 22 422 mortes relacionadas com violência com recurso a armas e, pelo menos, 10 146 pessoas foram vítimas de tiroteios.
Mais de 44 mil pessoas morreram em 2021, a maioria por suicídio, de acordo com o Arquivo de Violência Armada norte-americano.