O antigo conselheiro e diretor da campanha das eleições de 2016 de Donald Trump, considerado um dos grandes estrategas da reformulação da extrema-direita enquanto movimento populista, Steve Bannon, afirmou que estaria disponível para testemunhar perante o comité responsável pela investigação da invasão ao capitólio no dia 6 de janeiro de 2021 e a tentativa de anular o resultado das eleições.
A decisão de Bannon que, deverá responder em tribunal depois de ter sido acusado de desobediência ao Congresso por um tribunal federal, por ter recusado prestar declarações a este comité, representa uma oportunidade para os investigadores compreenderem o funcionamento interno da tentativa ilegal de Trump para impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
Através de email, o antigo conselheiro do ex-Presidente Trump afirmou que estava preparado para iniciar discussões sobre um horário e local para uma entrevista, escreve o Guardian.
Esta decisão surge depois de Trump afirmar que iria renunciar o privilégio executivo de Bannon caso este e chegasse a um acordo para testemunhar contra o ex-Presidente.
No email de Bannon voltou a defender a sua defesa legal de que não compareceu numa das intimações do painel porque, na altura, o ex-presidente havia afirmado privilégio executivo sobre seu testemunho. Uma alegação que foi contestada.
“Espero que nos próximos dias possam ouvir o que Bannon tem para dizer, temos muitas perguntas para lhe colocar”, disse a deputada norte-americana, Zoe Lofgren, durante uma entrevista televisiva no programa State of the Union, no domingo.
Outros legisladores do comité revelaram que planeiam que Bannon faça uma entrevista privada, que estes normalmente conduzem, de forma a obter um depoimento sob juramento antes de uma audiência pública.
Apesar de ainda não ser claro a extensão ou o potencial do testemunho do ex-conselheiro de Trump, este esteve presente em diversos momentos-chave no esforço ilegal para impedir a certificação da vitória eleitoral de Biden.
Segundo o jornal inglês, o testemunho pode, “em teoria”, revelar ao comité as conversas que Bannon teve com Trump antes do ataque ao Capitólio – Bannon falou com Trump ao telefone na noite anterior – e discussões estratégicas na “sala de guerra” de Trump no hotel Willard em Washington, onde também estiveram presentes os advogados do ex-Presidente, John Eastman e Rudy Giuliani, amplamente apontados como os arquitetos deste esquema.