Sabine Schormann, responsável da Documenta, uma grande mostra de artes na Alemanha, demitiu-se após a exposição de uma obra antissemita ter provocado protestos na abertura do evento no mês passado. A notícia é avançada este domingo pela direção da exposição.
O conselho da Documenta, uma das maiores e importantes exposições da arte contemporânea e moderna internacional, que ocorre de quatro em quatro anos em Kassel, na Alemanha, lamentou o que descreveu como "motivos inequivocamente antissemitas" visíveis na obra em questão, exibida no fim de semana de abertura.
"A apresentação do 'bannner' 'Justiça do Povo' pelo coletivo de artistas Taring Padi, com imagens antissemitas, foi uma clara transgressão e, portanto, causou danos significativos à Documenta", disse o conselho. O 'bannner' mostra um soldado, com cara de porco, a usar um lenço no pescoço com uma estrela de David e um capacete que diz "Mossad", o nome do serviço de informação de Israel. As críticas não tardaram a aparecer em massa e a obra foi retirada dias depois.
Com sede na Indonésia, o coletivo Taring Padi pediu desculpas pelo incidente e explicou que a obra, exibida pela primeira vez há 20 anos no Festival de Arte da Austrália do Sul, em Adelaide, não estava "de forma alguma relacionado" ao antissemitismo, e sim à ditadura pós-1965 na Indonésia. "Lamentamos que os detalhes deste 'banner' sejam mal interpretados além do seu propósito original. Pedimos desculpas pelos danos causados neste contexto", disse o grupo, no mês passado.
O conselho da Documenta pediu uma investigação, rápida, sobre o incidente.