Experiência de Negrão de Lima em Lisboa

O estadista Negrão de Lima foi presidente da Câmara do Rio por duas vezes e embaixador nos anos 1958 a 1963 em Lisboa, em gestão sempre lembrada e elogiada. Mas nem todos ligam sua experiência em Portugal a uma de suas mais importantes obras no Rio de Janeiro, que foi o alargamento da faixa de…

Por Aristóteles Drummond

O estadista Negrão de Lima foi presidente da Câmara do Rio por duas vezes e embaixador nos anos 1958 a 1963 em Lisboa, em gestão sempre lembrada e elogiada. Mas nem todos ligam sua experiência em Portugal a uma de suas mais importantes obras no Rio de Janeiro, que foi o alargamento da faixa de areia na Praia de Copacabana e a duplicação da via. Passado meio século, conclui-se que, não fosse a coragem deste projeto polémico na época, o Rio seria inviável em sua melhor área litorânea. Ocorre que Negrão conhecia a excelência do Laboratório de Engenharia Civil de Lisboa e foi onde buscou os estudos para a obra. Por isso muitos não entendem por que na Costa do Sol, entre Caxias e Cascais, não seja feito obra semelhante, alargando a faixa de areia e melhorando a Marginal. Fica aqui a lembrança.

VARIEDADES 

· O Judiciário brasileiro é incansável em perdoar condenados em flagrante. Esta semana liberou para disputar eleições o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda, que foi preso e condenado com base em filme em que aparece recebendo um saco de dinheiro. Arruda é do mesmo partido de Bolsonaro e sua mulher foi ministra do governo.

· Rio e São Paulo estão procurando recuperar o centro histórico e comercial, restaurando imóveis e estimulando o uso para habitação. O centro de São Paulo enfrenta o drama de cerca de 30 mil pessoas que vivem nas calçadas, muitos a consumir drogas. No Rio, seriam dez mil, no centro, e 20 mil, englobando a zona sul da cidade.

· Empresas brasileiras estão recomprando seus papéis negociados no mercado internacional aproveitando o deságio médio de 25%. Foram mais de oito mil milhões de dólares até agora.

· A Petrorio, liderada por Nelson Tanure, está produzindo 40 mil barris de petróleo por dia.

 · As chuvas encheram os reservatórios das usinas em todo o país. Afastado o perigo de uso maior de energia gerada a óleo ou gás, com reflexos positivos nos preços.

· O Senado quer aprovar projeto que permite a nomeação de parlamentares para embaixadas sem perda dos mandatos. Diplomatas estão preocupados. 

· Proibida a venda de cigarros eletrónicos no Brasil. 

· Novonor, nome atual da antiga Norberto Odebrecht, a maior empresa de engenharia e petroquímica do Brasil, que já teve 130 mil funcionários, está com dez e começa a se recuperar das dificuldades com origem em seu envolvimento nos diferentes casos de corrupção nos governos do PT. A empresa mantém importantes contratos em Angola e espera obter novas obras nos EUA, onde disputa a construção de um novo aeroporto em Miami.

· Matilde Campilho movimentou o Rio e São Paulo no lançamento de seu novo livro, Flecha. Matilde já morou no Rio de Janeiro.

· Considerado o melhor restaurante português da região do Rio de Janeiro, o Gruta de Santo António, em Niterói, abriu uma sucursal no Leblon, o bairro gastronómico do Rio. Alexandre Henriques deu o nome de sua mãe, Henriqueta, à casa, que tem tido plena ocupação tanto no horário de almoço como à noite, todos os dias da semana. Croquetes de alheira é uma novidade no Rio. 

· Em São Paulo, a disputa mais acirrada é entre o atual governador, Rodrigo Garcia, e o ex-ministro de Bolsonaro Tarcísio de Freitas. Um deles pode enfrentar o candidato do PT, Fernando Haddad, com chance de vencer na segunda volta. São Paulo tem prosperidade no setor privado e até aqui não fez experiências à esquerda. 

. A UNITED assumiu o centro de manutenção que a TAP tinha no aeroporto do Rio e vai investir logo seis milhões de euros nas instalações. Foram salvos quinhentos bons empregos. 

. Bolsonaro escolheu um general para seu vice. Homem de sua confiança não tem experiência política. 

 

Rio de Janeiro, julho de 2022