"Estamos perante duas frentes de vários quilómetros. Uma que entrou na freguesia de Pero Viseu e, neste momento, ainda ameaça casas à volta do núcleo urbano de Pero Viseu e de uma [aldeia] anexa chamada Vales de Pero Viseu, sendo que essa frente já ultrapassou os limites do concelho do Fundão e entrou no concelho da Covilhã", declarou o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, à agência Lusa, cerca de quatro horas depois de o incêndio ter começado a deflagrar em Fatela.
De acordo com o autarca, o fogo conduziu a um panorama "extraordinariamente grave", mas não atingiu habitações, adiantando que a outra frente do incêndio lavra numa zona mista agrícola e florestal, mas "tem uma mancha florestal de muitos milhares de hectares" e os meios no terreno estão a prestar atenção redobrada a esta situação na medida em que pode dar-se algo "calamitoso".
Apesar de a povoação de Pero Viseu ter estado "em perigo", Paulo Fernandes não recebeu informações acerca de eventuais casas afetadas, sendo queas chamas destruíram alguns anexos e equipamentos agrícolas, avançando que "em pouco mais de duas horas, arderam, provavelmente, alguns milhares de hectares, tal era a violência do vento". Entre as 15h e as 17h, a velocidade deste terá sido "violentíssima".
O presidente do município do Fundão prevê a ocorrência de uma noite "muito comprida" e um dia de segunda-feira "muitíssimo complicado" e, por outro lado, Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco afirmou à Lusa que o incêndio "ainda se encontra ativo" e que o vento forte, como o autarca destacou, tem dificultado o combate.
Pelas 20h20, segundo o site Fogos.pt, estavam 418 operacionais, 120 meios terrestres e seis aéreos envolvidos no combate a este incêndio.