Depois de ter estado às portas da morte, sem clube e a pensar que teria de abandonar por completo o futebol, o médio dinamarquês, Chistian Eriksen, foi oficializado como jogador do Manchester United, com contrato até 2025.
O craque que assinou na época pelo Brentford estava livre no mercado e era um dos alvos mais cobiçados pelos tubarões europeus, apesar dos seus problemas de saúde, depois de ter sofrido uma paragem cardíaca durante o Euro2020, que o afastaram da modalidade por vários meses.
Eriksen mostrou-se bastante entusiasmado após a assinatura do seu mais recente contrato. “O Manchester United é um clube especial e mal posso esperar por começar. “Já tive o privilégio de jogar em Old Trafford várias vezes, mas fazê-lo com a camisola vermelha será fantástico”, disse aos canais do clube.
Eriksen estreou-se como sénior no Ajax, onde jogou entre 2010 e 2013, conquistando quatro títulos, nomeadamente o Campeonato Holandês (2010-11, 2011-12 e 2012-13), uma KNVB Cup (2009-10) e mais uma Supercopa em 2013.
Depois de chamar a atenção como um dos médios ofensivos com maior potencial da Europa, acabaria por assinar pelo Tottenham, em agosto de 2013, por 12 milhões, num verão em que o clube londrino, na altura, treinado pelo português André Vilas Boas, abriu os cordões à bolsa, tendo também comprado Paulinho, Nacer Chadli, Roberto Soldado, Étienne Capoue, Vlad Chiricheș, e Erik Lamela, já que tinham vendido Gareth Bale ao Real Madrid por 100 milhões de euros.
Apesar de, em retrospetiva, a maior parte destes jogadores não terem vingado no Tottenham, Eriksen foi, de longe, o jogador que mais alegrias deu aos adeptos dos Spurs, e um dos que esteve mais tempo no clube, tendo permanecido no clube até janeiro de 2020.
Neste clube, o dinamarquês afirmou-se como um dos melhores médios do mundo, tendo sido escolhido para a Melhor Equipa do Ano da Premier League para a Professional Footballers’ Association, na época 2017-18, e o segundo melhor médio da Champions League, em 2018-19, no ano em que a equipa londrina chegou à final desta competição, tendo depois perdido com o Liverpool.
Depois de sete épocas, e com o contrato prestes a expirar, Eriksen decidiu levar os seus serviços para Itália, assinando contrato com o Inter de Milão, com a equipa, na altura orientada por Antonio Conte, a desembolsar 10 milhões de euros para assinar o dinamarquês.
Apesar de algumas dificuldades iniciais e de um choque com o treinador italiano, colocando o jogador com um pé fora do clube, o dinamarquês acabou por se redimir e tornou-se uma peça essencial na conquista do “scudetto” na época 2020-21, o primeiro desde 2009-10 (quando José Mourinho ainda treinava a equipa), e que quebrou a hegemonia de dez campeonatos seguidos para a Juventus.
Contudo, o atleta dinamarquês sofreu um dos episódios mais marcantes dos últimos anos do futebol, depois de ter sido vítima de uma paragem cardíaca a 12 de junho, em Copenhaga, num encontra contra a Finlândia, que o deixou entre a vida e a morte em pleno relvado.
O jogador foi obrigado a rescindir contrato em dezembro do ano passado com o Inter Milão, já que, desde o incidente no Europeu, usa um aparelho cardíaco, que é proibido no futebol profissional italiano.
Eriksen voltou aos treinos a 2 de dezembro, em Odense, clube que o formou e, no final de janeiro, acabou por assinar pelo Brentford, onde participou em onze jogos e fez um golo.
“Não sinto medo, não consigo sentir o meu aparelho e se ele for atingido sei que foi com a força suficiente”, assinalou o jogador à BBC, garantindo que não tem “medo dos desafios pela frente”, nem de “possíveis intimidações” dos adversários.
Este é o segundo reforço do United, depois de Tyrel Malacia, uma transferência que tem como objetivo “revolucionar” o Manchester United com vista a regressar aos dias de glória de Alex Fergunson
“O novo treinador do United, Erik ten Hag, pretende transformar completamente seu estilo de jogo após anos de futebol de contra-ataque sob José Mourinho e Ole Gunnar Solskjaer, em particular”, escreve o blog desportivo, Goal. “Para que isso aconteça, o treinador quer jogadores que sejam mais tecnicamente dotados, que sejam confortáveis na posse de bola e que sejam capazes de receber a bola em espaços apertados”.
“Eriksen encaixa perfeitamente nesse perfil e, juntamente com o principal alvo deste mercado de transferências, Frenkie de Jong, Bruno Fernandes e o regresso de Donny van de Beek, o treinador holandês quer fazer do meio-campo do United o centro de seu novo sistema, repleto de jogadores cultos, uma tática que provou ter tanto sucesso para Pep Guardiola no Manchester City”, explicam.