Por mais que Putin e os porta-vozes do Kremlin digam não os atacar deliberadamente, o que vemos nas notícias é os civis ucranianos massacrados pelas tropas russas.
É certo que a ideia de Império de Moscovo nunca passou (nem no tempo dos czares, nem mais recentemente no dos soviéticos) pelas conquistas serem popularmente bem aceites pelos ocupados, como se vê pelo ódio geral ao russo em países com intervenção soviética, como foram a Polónia, a Checoslováquia (hoje dividida) e a Hungria – para não referir os outros.
Mas na Ucrânia, talvez por o vermos quase em directo pelas TVs, parece-nos demais. E houve entretanto resoluções internacionais aprovadas, que Moscovo não cumpre. Ficamos bem agradecidos por a nossa geografia não nos pôr lá perto. Talvez os russos queiram mesmo acabar com os ucranianos, para não terem mais problemas – o que não lhes dá mais razão. Sobretudo, nos tempos que correm. Mas este genocídio não pode ficar sem culpados. De qualquer modo, devemos pensar na diferença que vai de uma inflação, aos próprios mortos na Guerra, que o seu país não provocou.
E se a Guerra terminasse com uma vitória de Moscovo, o que aconteceria aos ucranianos, ainda vivos? Para que servirão a Putin aquelas cidades fantasmas? A não ser que ele tenha medo de qualquer ucraniano vivo, como por aí se diz. E queira só mais território.