Os Serviços Secretos dos Estados Unidos da América (EUA) apagaram mensagens de texto trocadas na época do ataque ao Capitólio, apesar de o Congresso e de os investigadores federais terem pedido a sua preservação. A notícia é confirmada pelo próprio organismo, esta quarta-feira, em resposta a uma intimação da Comissão que investiga as circunstâncias do ataque.
Stephanie Murphy, congressista democrata do estado da Florida, e que integra a Comissão, disse ontem que os Serviços Sevretos reconheceram a eliminação das mensagens através de uma carta, explicando que os telefones da agência foram enviados para um novo sistema nas semanas após o ataque. Além disso, os Serviços Secretos remeteram para os agentes a decisão sobre os registos eletrónicos que deveriam ser mantidos e os que deveriam ser apagados.
"Ninguém pelo caminho parou e pensou, 'bem, talvez não devêssemos fazer a migração de dados e dos dispositivos até sermos capazes de cumprir estes quatro pedidos do Congresso'", afirmou Stephanie Murphy, em declarações à MSNBC.
Assim, as mensagens apagadas, que poderiam ser provas que ajudassem a esclarecer o verdadeiro envolvimento de Donald Trump, ex-Presidente dos EUA, no ataque, foram perdidas. Estas trocas de informações eram particularmente importantes uma vez que o que a Comissão procura é a comunicação eletrónica entre agentes no dia anterior ao ataque.
"O que eles também disseram é que vão continuar a ver se existem outras formas de assegurar as mensagens de texto requeridas e intimadas que nós pedimos", disse a membro da Câmara dos representantes. E frisa: "A minha esperança é certamente que encontrem uma forma de encontrar esses textos e responder à intimação".
Os esclarecimentos dados hoje pelos Serviços Secretos à Comissão surgem no mesmo dia em que o Arquivo Nacional solicitou que a agência investigasse "a potencial eliminação não autorizada" dos textos em causa.
"Os Serviços Secretos dos Estados Unidos respeitam e apoiam o importante papel da Administração dos Arquivos e Registos Nacionais em assegurar a preservação dos registos governamentais", salientou o porta-voz da agência, Anthony Guglielmi.