Uma mobilização maciça, que culminou com a tomada do palácio presidencial tinha derrubado o impopular primeiro-ministro Ranil Wickremesing, que fora forçado a demitir-se, mas este voltou a terreiro esta quarta-feira, sendo eleito Presidente pelos deputados do Sri Lanka.
Wickremesing, um aliado da poderosa família Rajapaksa, tomou o posto do Presidente Gotabaya Rajapaks, que se demitira e fugira do país para as Maldivas e depois Singapura, após a ocupar o seu palácio. Os manifestantes não estão nada satisfeitos com a escolha de Wickremesing para Presidente, tendo anteriormente queimado a sua residência particular e tomado o seu antigo gabinete de primeiro-ministro.
Wickremesing é considerado um operador político astuto, que conseguiu servir por seis vezes como primeiro-ministro, apesar do seu insucesso eleitoral – aliás, nas legislativas de 2020 o seu partido só elegeu um único deputado, o próprio. A sua nomeação pelos deputados dá-lhe a possibilidade de ficar como Presidente até 2024, o que arrisca manter a instabilidade no Sri Lanka, que enfrenta uma brutal crise económica.