O antigo ministro das Finanças, Rishi Sunak, enfrentará a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, na última ronda da disputa pela liderança dos conservadores. Ao contrário das rondas de votação anteriores, a última não será decidida pelos deputados conservadores mas sim pelos 200 mil militantes do partido. O que, apesar de Sunak ter ganho todas as rondas anteriores, torna Truss a favorita, com as sondagens a mostrar que é muito mais popular entre militantes.
O antigo ministro das Finanças conseguiu o apoio de 137 deputados, esta quarta-feira, enquanto Truss conseguiu bater a terceira qualificada, a antiga ministra da Defesa, Penny Mordaunt, por 113 votos contra 105.
Ambas se mostravam quase como herdeiras de Boris Johnson, tendo Mordaunt apresentado um programa muito semelhante – ou seja, menos avesso a gastos em serviços sociais do que habitual entre conservadores, por exemplo – e Truss conseguido o apoio de boa parte dos ministros mais leais ao primeiro-ministro demissionário. Nesta última ronda, as duas disputavam os votos dos apoiantes do candidato eliminado anteriormente, Kemi Badenoch, o representante da ala mais à direita dos conservadores, tendo Truss ficado na mó de cima.
Agora, batida Mordaunt, que era a favorita dos militantes nas sondagens, a ministra dos Negócios Estrangeiros tem excelentes perspetivas. As sondagens apontam para que, numa disputa contra Sunak, Truss ficaria com 54% dos votos dos militantes, contra meros 35% do lado do antigo ministro das Finanças.
O facto de Sunak ser visto por boa parte dos militantes conservadores como tendo atraiçoado Johnson é um dos motivos da sua impopularidade interna. Foi a súbita demissão do antigo ministro das Finanças, praticamente em simultâneo com a de outro peso pesado dos conservadores, o então ministro da Saúde, Sajid Javid, que iniciou o dominó que derrubou o primeiro-ministro.
Já Johnson nunca foi conhecido pela capacidade de perdoar, tendo vários dirigentes próximos de si prometido vingança contra Sunak. E não é grande segredo que, nos bastidores, o primeiro-ministro demissionário está a mover-se para apoiar a campanha de Truss, avançou a imprensa britânica.