Steve Bannon declarado culpado

O ex-conselheiro de Donald Trump, Steve Bannon, não testemunhou nem apresentou provas em sua defesa durante o seu julgamento por desobediência criminal.

O antigo conselheiro do ex-Presidente Donald Trump, Steve Bannon, considerado um dos grandes estrategas da reformulação da extrema-direita enquanto movimento populista, foi ontem considerado culpado de desobediência criminal ao Congresso, por ter ignorado à intimação da comissão parlamentar que investiga o assalto ao Capitólio.

O antigo conselheiro de Trump estava a ser julgado por duas acusações: por não colaborar com o comité responsável pela investigação da invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021 e por tentativa de anular o resultado das eleições, 10 meses após receber intimações desde grupo. A leitura da sentença foi marcada para 21 de outubro. Bannon, que sorriu ao ouvir o veredito do júri, incorre numa pena máxima de um ano de prisão para cada uma das duas acusações. 

Perante o tribunal, o advogado Evan Corcoran argumentou que o Departamento de Justiça não ofereceu provas suficientes para justificar a condenação criminal do arguido, depois de este ter ignorado a intimação.

O ex-conselheiro de Trump declarou-se inocente do crime de desobediência ao Congresso e Corcoran informou o juiz Carl Nichols de que ele não iria testemunhar nem seriam apresentadas provas de apoio à defesa, visto que o ónus da prova está na acusação.

Segundo o Guardian este foi um «grande teste da influência que o Congresso tem quando uma testemunha evita uma intimação da Câmara».

Também o ex-assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, será julgado por acusações semelhantes.

Trump ‘deitou gasolina no fogo’

A comissão parlamentar que investiga o ataque ao Capitólio afirmou, durante a oitava audiência pública, que Donald Trump «deitou gasolina no fogo» e «escolheu não agir».

A sessão, transmitida em horário nobre, debruçou-se sobre as ações de Donald Trump durante a tentativa de insurreição e a sua recusa em pedir aos invasores que parassem o ataque e fossem para casa.

A comissão apresentou também imagens nunca antes vistas da mensagem gravada várias horas depois do início do ataque, a 6 de janeiro, nas quais Trump se recusou a ler a declaração preparada pelo seu staff e em vez disso improvisou, dizendo aos invasores que a eleição foi roubada e que eles eram «muito especiais».