Discurso de Viktor Orbán gera onda de críticas

No mesmo local onde em 2014 tinha dito que a democracia não necessitava de ser necessariamente liberal, Orbán veio este ano dizer: «Nós (os húngaros) não somos uma raça mista …. E não queremos passar a ser uma raça mista»; acrescentando que na Europa Ocidental já «não existem nações» tal o nível de mistura entre…

Discurso de Viktor Orbán gera onda de críticas

No discurso anual do encontro de Verão com a comunidade húngara na Roménia na localidade de Baile Tusnad, o recém reeleito primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou a suscitar forte polémica. No mesmo local onde em 2014 tinha dito que a democracia não necessitava de ser necessariamente liberal, Orbán veio este ano dizer: «Nós (os húngaros) não somos uma raça mista …. E não queremos passar a ser uma raça mista»; acrescentando que na Europa Ocidental já «não existem nações» tal o nível de mistura entre europeus e não-europeus. 

 Os argumentos apresentados por Orbán estão longe de ser novidade, mas a utilização de certo tipo de vocabulário marcou uma alteração da mensagem que havia utilizado até hoje sobre este tema. 

E as reacções não se fizeram esperar, Katalin Cseh, do Partido Momentum, disse: «Estas declarações relembram um tema que todos gostaríamos de esquecer. O regime mostrou a sua verdadeira natureza».  O ministro dos Negócios Estrangeiros magiar, Péter Szijjartó, respondeu: «Trabalho há 16 anos com Viktor Orbán e tenho plena certeza que no seu centro da sua acção política está zero tolerância com o anti-semitismo e o racismo».  

Reeleito com uma maioria de mais de 54% nas últimas eleições de Abril deste ano, Orbán tem mantido uma relação difícil com os seus pares europeus pela sua posição em relação ao conflito com a Ucrânia, onde tem defendido que as sanções contra a Rússia não estão a surtir efeito e que o foco da Europa devia estar antes em negociações de paz.