Normalmente, o discurso do Irão tenta frisar que o seu programa nuclear é estritamente pacífico, para ciência e produção energética. Mas o chefe da agência nuclear iraniana, Mohammad Eslami, veio a terreiro anunciar que, se o regime iraniano quisesse, tinha capacidade de criar armas nucleares, na agência noticiosa Fars. Apesar de Teerão não ter planos para o fazer, ressalvou.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, já tinha avisado em junho que bastariam ao Irão algumas semanas para reunir urânio enriquecido em quantidade suficiente para produzir armas nucleares. Estimando-se que, para tal, são necessários cerca
de 25kg de urânio enriquecido a 90%. Em maio, a estimativa era que o Irão ainda só tivesse urânio enriquecido a 60%.
A escalada na retórica vinda de Teerão tem sido associada às suas dificuldades em reatar
o acordo nuclear com os EUA, que pusera fim às sanções económicas americanas a troco
de limites e fiscalização no programa nuclear iraniano, antes deste ser rasgado por Donald Trump. Já Joe Biden ainda não conseguiu renegociar o acordado.