A Endesa enviou uma mensagem aos seus clientes onde garante que vai manter o preço da energia até ao final do ano. “Vimos por este meio informar que a Endesa não irá aumentar os preços de eletricidade do mercado residencial até ao final do ano e garantir-lhe que as condições do seu contrato irão manter-se, tal como indicamos no momento da sua contratação”, diz a mensagem intitulada “mantemos o seu preço de energia até ao final do ano”.
A polémica, recorde-se, desencadeou-se após declarações de Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal que numa entrevista ao Jornal de Negócios/Antena 1, onde defendeu que o mecanismo que serve de travão ibérico aos preços do gás para a produção de eletricidade “vai ter de ser pago”, porque “a Europa não tem, nem de perto nem de longe, autoprodução suficiente”. E acrescentou também a ordem de grandeza do aumento dos preços poderá ser “qualquer coisa na ordem dos 40%, ou mais, relativamente ao pagamento do mês anterior”.
Este anúncio de um eventual aumento dos preços da energia na ordem dos 40% já este mês parece ter caído que nem uma bomba junto do Governo. O i sabe que Nuno Ribeiro da Silva falou com João Galamba ainda antes de prestar essas declarações e que o secretário de Estado do Ambiente e da Energia estava informado de que um dos temas a abordar seria a subida do preço da fatura da luz. Ao i, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática remete apenas para o recuo por parte da elétrica.
Em causa estão as declarações da Endesa 24 horas depois, garantindo que irá manter os preços contratuais até dezembro para os clientes residenciais, cumprindo assim os compromissos estabelecidos e afastando a ideia de que as pessoas iam ter uma desagradável surpresa já em agosto.
Tudo parecia ter acalmado até ter sido divulgado ontem de manhã o despacho assinado por António Costa. “Perante as ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela Endesa e o dever de o Estado proteger o interesse dos contribuintes na gestão dos dinheiros públicos, determina que os serviços da administração direta e da administração indireta do Estado não podem proceder ao pagamento de quaisquer faturas emitidas pela Endesa, independentemente do seu valor, sem validação prévia, por despacho do secretário de Estado do Ambiente e da Energia e para evitar a descontinuidade do serviço, devem os referidos serviços públicos e a ESPAP proceder cautelarmente a consultas de mercado, para a eventual necessidade de contratação de novos prestadores de serviço que mantenham práticas comerciais adequadas”, revela o diploma.