O rendimento real das famílias per capita caiu 1,1% nos primeiros três meses deste ano nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o que contrasta com o crescimento de 0,2% do PIB real per capita.
Os dados foram anunciados esta quinta-feira pela OCDE que revela que este é o quarto trimestre consecutivo em que o PIB per capita supera o rendimento per capita, “reduzindo a lacuna observada no início da pandemia”.
Feitas as contas, o rendimento real das famílias é agora 2,9% maior do que no quarto trimestre de 2019, enquanto o PIB real é 1,6% maior.
A OCDE explica que a quebra no rendimento real familiar per capital neste período “deveu-se, em parte, ao aumento dos preços ao consumidor, que prejudicou o rendimento familiar em termos reais”.
Entre as economias do G7, o impacto da inflação nas famílias no primeiro trimestre “foi particularmente claro” em França, onde o rendimento familiar real per capita caiu 1,9% e na Alemanha, onde caiu 1,7%. Noutras economias europeias, a alta inflação também contribuiu para grandes quedas na Áustria (menos 5,5%) e em Espanha (menos 4,1%).
Entre os países do G7, o Canadá registou o maior crescimento neste rendimento: 1,5%. “Tal deveu-se principalmente ao crescimento das ‘remunerações dos empregados’ (salários e salários dos empregados e contribuições sociais dos empregadores), que aumentaram 3,8% em termos nominais no primeiro trimestre de 2022”, justifica a OCDE.
Também em Portugal, o rendimento real das famílias per capita subiu 0,96% no primeiro trimestre, assim como em Itália (mais 0,3%) e Grécia (mais 4,3%).