Chegou a temer-se o pior para o negócio das salas de cinema. As previsões eram catastróficas, e apontavam para a possibilidade de as pessoas virem a habituar-se aos serviços de streaming e preferirem esperar que os filmes lhes fossem disponibilizados em vez de pagarem um bilhete para ter a experiência de projeção em sala. Mas começam a alinhar-se sinais que deixam claro que os rumores do fim do cinema em sala foram bastante exagerados, e ontem o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) revelou que, em julho, foram contabilizados 1.059.303 espetadores nas salas de cinema e cerca de seis milhões de euros de receita de bilheteira. A última vez que em Portugal a exibição cinematográfica ultrapassou a fasquia mensal de um milhão de espetadores foi em fevereiro de 2020. Comparando com julho de 2021, registou-se um aumento de 75% no número de espectadores em sala.
No passado mês de julho, os três filmes mais vistos em salas portuguesas de cinema foram Mínimos 2: A ascensão de Gru (372.349 espectadores), Thor: Amor e Trovão (258.946) e Top Gun: Maverick (123.649).
As estatísticas do ICA permitem ainda saber que dos 5.064.824 milhões de espetadores contabilizados este ano, apenas 95.273 dizem respeito a pessoas que viram cinema português, o que representa uma quota de 1,9%.