Marina Ovsyannikova, a jornalista russa que ficou conhecida por todo o mundo depois de ter interrompido um bloco de notícias russo com um cartaz que protestava contra a invasão na Ucrânia, foi detida, esta quarta-feira, acusada de divulgar "informações falsas sobre o exército russo", informou à AFP o o seu advogado, Dmitri Zakhvatov.
"Estamos neste momento com os investigadores. Um inquérito foi aberto contra Ovsiannikova por divulgação de informações falsas sobre o exército russo", declarou Dmitri Zakhvatov.
Agora resta saber se os investigadores vão colocar a jornalista, que tem dois filhos, em prisão preventiva ou em liberdade à espera de um julgamento. Antes de ter sido detida, Ovsyannikova também foi condenada, no fim de julho, a pagar duas multas por ter "descredibilizado" o exército russo, nomeadamente com as suas publicações anti-guerra na redes sociais.
As imagens do protesto da jornalista foram partilhadas nas redes sociais com várias pessoas a elogiar o ato de coragem contra a "operação especial" de Moscovo.
O gesto, porém, afetou a vida pessoal e profissional da repórter, que saiu do país e passou a trabalhar alguns meses no estrangiro ao escrever para o jornal alemão Die Welt. Acabou por voltar 'a casa' em julho, para resolver uma disputa legal sobre a custódia dos dois filhos.