Desaparecida desde o dia 24 de junho, Sandra Andrade viria a ter um final trágico. Os restos mortais desta residente em Quarteira, de 49 anos, condutora de um veículo de transporte de passageiros, foram encontrados dentro de uma mala em Almancil.
“Todos os indícios recolhidos até ao momento apontam para que o cadáver pertença a essa pessoa que estava desaparecida”, confirmou uma fonte policial à agência Lusa, acrescentando que a família da vítima já foi informada. Nesta quinta-feira, ainda estavam a ser realizadas perícias para confirmar definitivamente a identidade da vítima e determinar as circunstâncias da morte.
O cadáver de Sandra Andrade – em elevado estado de decomposição – foi encontrado numa zona de mato pouco acessível, em Almancil, no concelho de Loulé, por um civil que apanhava alfarrobas num terreno isolado. O homem acabaria por detetar as ossadas devido ao mau cheiro que se fazia sentir no local, esta segunda-feira, apesar de estarem dentro de uma mala, no meio de um muro, escondida com pedras.
Sabe-se que os restos mortais foram levados para o laboratório de Polícia Científica da PJ, onde serão sujeitos a vários exames forenses. No entanto, o Correio da Manhã avançou que três outras pessoas se encontram desaparecidas no Algarve. Um número preocupante, dado que muitos destes casos acabam por ocultar tragédias que mais cedo ou mais tarde emergem à superfície. Um dos mais conhecidos é o do homicídio de Diogo Gonçalves, de 21 anos, por Maria Malveiro e Mariana Fonseca.
Em abril de 2021, acusadas dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, acesso ilegítimo, burla informática, roubo simples e uso de veículo, seriam condenadas: Maria, segurança de profissão, a 25 anos de prisão – viria a suicidar-se posteriormente – e Mariana, enfermeira, foi absolvida da acusação de homicídio, tendo sido condenada a quatro anos com pena suspensa, saindo em liberdade, pois nenhum dos crimes pelos quais foi condenada prevê prisão preventiva.
O tribunal deu como provado que a jovem enfermeira tentou reanimar a vítima, o que afasta a intenção da morte. Além disto, ficou também provado que as duas jovens, na altura numa relação amorosa, arquitetaram um plano para roubar os 70 mil euros que Diogo Gonçalves tinha recebido de herança. O Ministério Público tinha pedido uma pena de prisão superior a 20 anos para ambas as arguidas, enquanto as defesas clamavam absolvição, alegando inexistência de provas.
Outros casos No início de outubro de 2019, o cadáver de uma mulher foi encontrado, também dentro de uma mala de viagem, junto à urbanização Fonte do Ouro, na Arruda dos Vinhos. No dia seguinte, André Santos Rijo, presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, contava que, pelas 2h00 tinha “sido detido o suspeito de tal ato que, a confirmar-se, trata-se de mais um caso de violência doméstica que terminou da pior maneira possível tal como tantos outros, que infelizmente, se têm multiplicado e verificado um pouco por todo o país”.
O autarca acrescentou, desde o primeiro momento, que em causa estava um “casal jovem de cidadãos brasileiros recém-chegados, que morava em Arruda há cerca de 15 dias”. A mulher trabalhava na restauração e o homem na construção civil, sendo que “os vizinhos ainda não tinham notado sinal de violência ou agressividade entre ambos” e “não havia sinalização por parte de qualquer autoridade, afinal eram também recém-chegados”.
Brasil No panorama internacional, foi encontrado, no passado mês de junho, em Mogi das Cruzes, no Brasil, o corpo de uma mulher grávida de 22 anos dentro de uma mala. De acordo com informação adiantada pelo G1, Cíntia Silva dos Santos tinha sido vista pela última vez na quinta-feira anterior, dia 16, tendo o pai dado o alerta para o desaparecimento no sábado, dia 18.
Quando foi vista pela última vez, a jovem estaria a entrar num carro de transporte por aplicação (TVDE) tendo dito à irmã que ia para casa do namorado. Quando deu conta da ocorrência às autoridades, o pai informou que a jovem tinha ainda dito à irmã que voltava para casa no dia seguinte, o que não se viria a verificar. Segundo a Polícia Civil, o caso começou, desde logo, a ser investigado pelo Setor de Homicídios de Mogi das Cruzes.