FBI procurava documentos confidenciais

A mansão do ex-Presidente Trump está a ser alvo de uma inédita investigação por parte do FBI, que acredita que este levou documentos confidênciais para a sua propriedade.

Novos dados acerca das buscas em casa de Donald Trump continuam a transpirar para o exterior. Segundo o Washington Post, os agentes do FBI estavam à procura de documentos secretos sobre armas nucleares, entre outros materiais classificados, quando revistaram a casa do ex-Presidente norte-americano.

Segundo fontes familiarizadas com a investigação, os documentos sobre armas nucleares estavam entre o material que motivou a operação, apesar de não ser especificado que tipo de documentos se tratava ou se se referiam ao arsenal dos Estados Unidos ou de outro país.

Trump, entretanto, tem pedido para que o teor do mandado de busca seja revelado. «Libertem já os documentos», escreveu na sua conta da rede social Truth Social.

A busca inédita feita pela polícia federal (FBI, na sigla em inglês) à residência de luxo de Trump no condomínio de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na segunda-feira, apanhou o país e o mundo de surpresa. Em causa está uma investigação federal devido a suspeitas de que retirara 15 caixotes de documentos confidenciais da Casa Branca, avançou a imprensa norte-americana, levando-os para a sua propriedade privada, em vez de os entregar ao seu sucessor. Se for considerado culpado, o republicano ficará impedido de se candidatar às próximas eleições presidenciais.

Apesar dos contornos políticos do caso, Joe Biden demarcou-se das buscas, garantindo que nada sabia de antemão e também ele foi apanhado de surpresa.

Entretanto, ainda esta semana, Trump foi interrogado durante uma audiência perante a Procuradoria-Geral de Nova Iorque, devido a suspeitas de fraude financeira na Trump Organization, informou em comunicado, tendo recusado a responder a qualquer pergunta.

Trump afirmou estar a ser vítima de uma «caça às bruxas». 

«Não tenho absolutamente nenhuma escolha porque o atual Governo e muitos procuradores deste país perderam todos os limites morais e éticos da decência», declarou o antigo Presidente, esta quarta-feira.

«A conselho do meu advogado e por todas as razões mencionadas, recusei-me a responder às perguntas ao abrigo dos direitos e privilégios concedidos a todos os cidadãos pela Constituição dos Estados Unidos», acrescentou em comunicado.

O processo conduzido pela procuradora-geral do Estado, Letitia James, procura determinar se a Organização Trump inflacionou o valor dos seus ativos de forma a obter empréstimos bancários e, em paralelo, reduziu esse mesmo valor com a intenção de pagar menos impostos.

James investiga desde 2019 as suspeitas de fraude financeira no seio da Trump Organization.

Segundo a imprensa norte-americana, o ex-Presidente terá invocado o seu direito de não responder a perguntas 440 vezes. De acordo com um dos advogados de Trump, Ron Fischetti, citado pela NBC, a única resposta que o seu cliente deu foi o nome.