Depois de o i ter noticiado, ontem, que Portugal é o país com maior percentagem de área ardida na Europa e que Espanha está a viver o pior verão dos últimos 15 anos, o combate aos incêndios, na Península Ibérica, parece complicar-se cada vez mais.
Por exemplo, à hora de fecho desta edição, o IC5 e a Estrada Nacional 212 estavam cortados entre as zonas de Pópulo e e Alijó, devido a um incêndio que deflagrara numa zona de mato e pinhal, em pelo menos duas frentes, como avançava a GNR. Além disso, o subchefe Carlos Alberto Antunes, que pertencia ao corpo de bombeiros voluntários de Óbidos, morreu de ataque cardíaco enquanto combatia um incêndio nas Caldas da Rainha.
Numa conferência de imprensa para fazer um balanço dos incêndios em curso, que teve lugar pelas 19h, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, o segundo comandante da entidade, Miguel Cruz, apresentou as condolências à família e aos colegas do profissional.
O fogo nas Caldas da Rainha teve início pelas 14h53 e depressa se alastrou ao concelho de Rio Maior, no distrito de Santarém, e ao Cadaval, no distrito de Lisboa. Este incêndio e o da Serra da Estrela são aqueles que mais preocuparam as autoridades no decorrer desta quarta-feira.
Já Espanha que, na terça-feira, não vivia um panorama animador – o fumo provocado pelo incêndio da Guarda havia chegado a Madrid e, além disso, o fogo devastava as mais variadas regiões, como Valência, com duas mil pessoas retiradas das suas casas -, está a passar por um período ainda mais negro. É que, além deste incêndio, juntos, os incêndios de Vall d’Ebo, em Alicante, e Bejís, em Castellón, consumiram, até ao início da noite de ontem, mais de 20 mil hectares.
Onda de calor em Portugal, chuvas torrenciais em Espanha Todavia, ao contrário de Portugal, as previsões meteorológicas do país vizinho geram esperança nos cidadãos. Enquanto se prevê o início da terceira onda de calor em território nacional, no decorrer desta quarta-feira 14 distritos espanhóis entraram em alerta devido a chuvas torrenciais e tempestades, sendo que as temperaturas máximas desceram, com exceção do sul da Galiza, Múrcia e Alicante.
A meteorologia deixou em alerta vermelho as Astúrias, Gerona, Lérida, Teruel, Castellón, Valência, Alicante, Castellón, Cantabria, Navarra, Vizcaya e Guipúzcoa e, como o El Mundo referiu, as províncias de Barcelona e Tarragona estiveram em alerta laranja. Pelas 20h30, o mesmo órgão de informação dava conta de que “a chuva e o granizo acalmaram o fogo no Vall d’Ebo e retardaram o seu progresso depois de queimar 11.500 hectares”.
“As chuvas, que foram localmente fortes, alastraram-se por toda a região e, embora tenham feito retirar os meios aéreos, são uma trégua no trabalho de extinção. De facto, com o perímetro assegurado, já é permitido o retorno dos despejados às suas cidades”, algo que as autoridades aconselham que seja realizado de forma faseada devido ao estado em que as estradas se encontram.
Segundo as previsões da Agência Estatal de Meteorologia espanhola (AEMET), continuarão a fazer-se sentir chuvas fortes na Catalunha, Leste Ibérico, Norte de Valência e Mar Cantábrico, que poderão surgir acompanhadas por trovoada e granizo.