No mesmo dia em que um governador dos Estados Unidos se reuniu com a Presidente de Taiwan, aproximadamente duzendo cidadãos chineses manifestaram-se em frente à embaixada dos Estados Unidos em Lisboa.
O objetivo? Protestar contra a suposta intenção norte-americana de criar um conflito entre a China e Taiwan.
A manifestação, onde se podia ouvir palavras de ordem como “a hegemonia da América tem de acabar”, “One China” ou a entoar a “Marcha dos Voluntários”, o atual hino da República Popular da China, foi organizada em conjunto por todas as associações chinesas que existem em Portugal, que ainda entregaram à embaixadora uma carta a pedir aos Estados Unidos para respeitarem “a soberania da China”.
Há três semanas uma visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que as autoridades chinesas consideraram uma provocação, fez estremecer as instáveis relações entre Washington e Pequim.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Os 23 milhões de habitantes da ilha opõem-se de forma esmagadora à unificação política com a China, preferindo manter laços económicos com o continente chinês e o ‘status quo’ de independência de facto.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.