Umas das peças mais importantes da coleção da Biblioteca da Universidade de Michigan, nos EUA, era um manuscrito de Galileu Galilei Galileu Galilei (1564 – 1642), uma folha onde o pai da ciência moderna teria anotado cruciais observações astronómicas, no século XVII.
Os apontamentos registados naquela folha diziam respeito a observações telescópicas das quatro luas de Júpiter, que terão sido realizadas em janeiro de 1610,demonstrando como orbitavam esse planeta, contradizendo a crença defendida pela Igreja Católica, de que todos os corpos celestes giravam em torno da Terra, que estaria, assim, no centro do universo.
Mas depois do historiador Nick Wilding,que antes tinha já exposto a falsidade de outros documentos atribuídos a Galileu, ter descoberto algumas inconsistências na tal folha, nomeadamente uma marca d’água que seria do século XVIII, a biblioteca americana foi obrigada a reconhecer que a peça que era uma das principais joias do seu acervo é, afinal, uma contrafacção forjada no século XX, provavelmente por um dos mais habilidosos e produtivos falsários contemporâneos, o italiano Tobia Nicotra.