O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, frisou, este sábado, que a União Europeia vai "acelerar o seu caminho para a independência energética", afirmando não ter ficado surpreendido com a suspensão do fluxo de gás da Rússia.
As declarações de Charles Michel surgem depois de a Gazprom, empresa estatal russa, ter anunciado ontem que tinha suspendido totalmente o fluxo de gás a partir do gasoduto Nord Stream, devido a uma fuga de petróleo detetada durante a manutenção da única estação compressora ainda em funcionamento.
É de referir ainda que estava previsto que a Gazprom abrisse novamente o fluxo de gás esta madrugada, mas não aconteceu.
Na ótica de Michel, este ato não é “uma surpresa”. "A utilização de gás como arma não irá alterar a determinação da UE. Vamos acelerar o nosso caminho para a independência energética", escreveu na rede social Twitter.
Para o responsável, o dever da UE é "proteger os seus cidadãos e apoiar a liberdade da Ucrânia".
Após a suspensão, o chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella, apelou hoje a uma resposta urgente da Europa, tal como aconteceu durante a pandemia de covid-19, evidenciando a necessidade da União Europeia se unir novamente para resolver o problema da energia.
"É urgentemente necessária uma resposta europeia que esteja à altura dos problemas: os países individuais não podem responder eficazmente à crise", salientou Mattarella.
Antes de encerrar o gasoduto Nord Stream durante três dias, a Gazprom disse que estas tarefas recuperariam o fornecimento de gás à Europa esta manhã às 04h00 (01h00 GMT) aos níveis anteriores, ou seja, a 20% da sua capacidade ou 33 milhões de metros cúbicos por dia, algo que não fez, alegando que a fuga de petróleo não garante um funcionamento seguro.
A Comissão Europeia acusou, na sexta-feira, Moscovo de "cinismo" e de utilizar "pretextos falaciosos" para justificar a suspensão total do fluxo de gás através do gasoduto.