Já se viu, e reafirmou na Festa do Avante, que Jerónimo de Sousa e os seus comunistas mais fiéis, continuam a culpar pela guerra quem nada fez por ela, desde que com isso possa acusar os EUA, e a defender a paz podre das armas e dos mortos de quem a lançou e a quer prosseguir, e até usa para a fazer a maior central nuclear europeia –pondo em risco milhões de pessoas. A postura russa até é compreensível, depois de percebermos que eles defendem um imperialismo cego e nada democrático – como os fiéis do PCP .
Também pode compreender-se, à luz do fim do CDS e do comportamento normal e populista de Nuno Melo, o seu recurso às autoridades europeias contra os cidadãos russos de Setúbal.
Mas trata-se efectivamente de um caso em que as autoridades judiciais portuguesas (as quais não devem depender do Executivo, para o caso de Nuno Melo não o saber) nos devem dizer qualquer coisa de mais sólido sobre a matéria. Que parecem ter muito para dizer.
E afinal, uma postura racista anti-russa, acaba por ser uma forma de funcionar próxima de um PCP ao contrário.
Houellbecq, no seu recente livro Aniquilação, põe um dos personagens a achar que o Baby Boom se deveu à vitória dos Aliados numa guerra juata e moral contra o nazismo e o fascismo, quando as guerras anteriores (a começar pela I Grande Guerra) teriam sido na sua opinião menos justas e morais. Quer dizer, se isto for mesmo assim, que ganhando a Ucrânia esta Guerra actual, que os seus apoiantes mergulharão outra vez num Baby Boom.