A Alemanhã irá pagar de 1,2 milhões de euros em prestações de cuidados ao domicílio e compensações aos sobreviventes do Holocausto que estejam a viver em qualquer parte do mundo.
A notícia foi anunciada pela organização que representa os judeus vítimas dos nazis na Segunda Guerra Mundial, fazendo assim crescer o montante total que o país já pagou em indemnizações aos judeus para 80 mil milhões de euros.
"O extermínio de judeus europeus pelo regime nazi provocou um abismo horrível, não só entre os judeus de todo o mundo, mas na humanidade em geral", disse Gideon Taylor, presidente da Conferência de Nova Iorque para as Reivindicações Materiais Judaicas à Alemanha, também conhecida como Conferência de Reivindicações.
O anúncio foi feito na sequência do 70º aniversário da assinatura do acordo de compensação que possibilitou aos sobreviventes do Holocausto receber uma medida de justiça: os conhecidos Acordos de Luxemburgo, concluídos em 1952, que permitiram todas as compensações subsequentes às perseguições nazis.
"Estes acordos estabeleceram as bases para compensações e restituições aos sobreviventes que perderam tudo e continuam servindo como base para as negociações em curso dos 280 mil sobreviventes do Holocausto que se estima viverem em todo o mundo", acrescentou Taylor.
Sublinhe-se que o governo alemão recebeu esta quinta-feira centenas de convidados, incluindo sobreviventes do Holocausto e membros da Conferência de Reivindicações, numa cerimónia realizada no Museu Judaico de Berlim, para comemorar o 70º aniversário do acordo.
"Os acordos de Luxemburgo foram fundamentais e levaram a compensações financeiras no valor de mais de 80 mil milhões de euros, que a Alemanha pagou até ao final de 2021", adiantou o chanceler alemão, Olaf Scholz, também presente na cerimónia. "Os pagamentos aos sobreviventes e o programa de assistência ao domicílio são muito próximos do nosso coração".
As negociações foram muito complicadas e levaram mesmo a violentos protestos em Israel, quando algumas pessoas argumentaram que aceitar pagamentos de reparação — que consideravam 'dinheiro de sangue' — era o equivalente a perdoar os nazis pelos seus crimes.
Foi a primeira vez na história que uma potência derrotada pagou indemnizações às vítimas.