Olho para Viseu sempre com muito carinho: terra de uma das minhas bisavós, cidade enxameada de primos que me dizem muito, local onde me habituei a ir desde garoto mas que o tempo, irreversível como sempre, tratou de afastar das minhas estradas mais recentes. Resende é sede de município vizinho de Baião, onde nasceu a minha avó Cândida Azevedo Pinto, já desaparecida há trinta anos. E sede de uma associação que merece toda a atenção, exemplo que é para muitos que continuam a lutar para que fora dos grandes centros urbanos que afogam este país, deixando tão pouco espaço para os outros, o desporto continue a ser um daqueles momentos em que os homens têm a possibilidade de voltarem a ser irmãos.
A Associação de Ténis de Mesa do Distrito de Viseu tem a sua sede na Freguesia de São Martinho de Mouros e é a única Associação Distrital de Modalidade sedeada num Município/Vila. Segundo o seu presidente, Aquilino da Rocha Pinto (licenciado em Motricidade Humana, sendo atualmente Técnico Superior na APPACDM de Viseu), «neste caso especifico e positivo a política e o desporto estão de mãos dadas já que a sede ocupa um espaço cedido gratuitamente na Junta de Freguesia recebe dela o apoio possível desde 1999, data da sua fundação».
É sempre bom poder dar voz a gente que raramente tem voz com força suficiente para, neste caso concreto, a fazer ouvir para lá das faldas do Caramulo. Trata-se da 6ª maior associação do país no número de agentes desportivos inscritos, uma nota de particular orgulho para quem luta diariamente com as dificuldades próprias de uma instituição de província. E, por isso, Aquilino da Rocha Pinto foi galardoado pela Confederação doDesporto de Portugal com o prémio de Mérito Desportivo e presenteado pela Federação Portuguesa de Ténis de Mesa com o título de Personalidade do Ano de 2017.
Reconhecimento de uma tarefa levada a cabo com inusitada paixão. Logo, amplamente merecida.