O mundo não pode ficar mais calmo com as declarações feitas por Putin à Rússia. Talvez Putin quisesse assustar mais o Ocidente, para este terminar com a ajuda à Ucrânia, sem compreender as democracias, ou serão as democracias a não o compreender (como se pode deduzir por uma sondagem do Expresso). De qualquer modo, como quase sempre sucede nos desentendimentos, há uma grande diferença de linguagens, em que Putin não se mostra apto a entender melhor.
Porque já se viu que na actual situação, a Rússia, com todos os ímpetos imperialistas e fascistas, não está em condições de vencer. E a declaração de Putin é uma declaração de fraqueza. Mas se é para tomar medidas duras que nos afectarão a todos, o melhor é tomá-las já, antes que aumentem os seus opositores ocidentais pouco esclarecidos (ou esclarecidos de mais).
Porque os opositores internos de Putin, para sua satisfação pessoal, embora deixem satisfeitos muitos dos que estão contra Moscovo nesta guerra, e com voz pública, são ainda piores do quer ele, num neonazismo de que todos seremos vítimas. E o melhor é acabar de vez com eles todos.
Para já, tanto o Presidente Biden como a UE responderam a Putin, seguramente de forma diferente da que ele esperaria (ou não? De facto foi tudo muito previsível). A UE vai manter as ajudas à Ucrânia e aumentar as sanções à Rússia. Nem podia ser de outra maneira. Afinal os ucranianos estão a dar a vida pelos valores universalistas do Ocidente, mesmo que a extrema-direita venha a ganhar eleições nalguns países (espera-se que tais vitórias sejam sempre efémeras).