Os médicos de saúde pública consideram que a decisão; anunciada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro; de pôr fim ao estado de alerta devido à covid-19; que faz cair o uso obrigatório de máscaras, o isolamento dos casos positivos, os testes gratuitos e os apoios; não é a mais acertada.
"Acho que é uma medida prematura, não muito cautelosa, e que vai atirar para cima das pessoas a responsabilidade individual de nos protegermos uns aos outros", disse, à agência Lusa,o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Gustavo Tato Borges.
Gustavo Tato Borges lembra que, com esta decisão de não prolongar o estado de alerta, deixa de ser possível determinar o uso obrigatório de máscaras, mesmo nos espaços onde estão as pessoas mais vulneráveis.
"A partir de agora, é uma doença como qualquer outra e, numa altura em que estamos a entrar numa nova onda, e que ainda não temos a certeza sobre o impacto que a vacinação vai ter, nós estamos a assumir um risco enorme", alertou o médico.
Para Gustavo Tato Borges foi uma decisão tomada "olhando apenas para a realidade atual", não pensando no que vai acontecer a seguir a nível epidemiológico.
"Eu não sei quem é que aconselha [o ministro], mas tenho dúvidas que a DGS [Direção-Geral da Saúde] tenha dado esse conselho ao senhor ministro da Saúde e, portanto, acho que a medida não foi adequada", reiterou, observando que os casos de covid-19 estão a aumentar em Portugal e que o índice de transmissibilidade (Rt) já está acima de 1.