A modelo Emily Ratajkowski criticou recentemente o filme "Blonde", baseado no imenso romance ficcional de Joyce Carol Oates, sendo por isso a visão de Andrew Dominik sobre a vida e a morte de Marilyn Monro, acusando o trabalho de "fetichizar a dor feminina".
Na sexta-feira, a atriz, de 31 anos, utilizou o TikTok para partilhar a sua visão sobre o novo filme, que disse ainda não ter visto. "Não me surpreende ouvir que é mais um filme de 'fetichização' da dor feminina, mesmo na morte", dando como exemplos outras personalidades femininas icónicas no mundo do espetáculo, como Amy Winehouse, Britney Spears e a morte da Princesa Diana.
Deste modo, Ratajkowski afirmou que, como sociedade, "adoramos fetichizar a dor feminina… Somos obcecados por raparigas mortas e assassinas em série", acrescentando que aprendeu a "fetichizar" a sua "própria dor".
"Penso que o fazemos de muitas, muitas formas diferentes. Mas eu quero que isso mude", disse. "Por isso, tenho uma proposta. Penso que todos precisamos de estar um pouco mais zangados". Ainda no TikTok, Ratajkowski disse que planeia "ficar chateada" quando assistir ao filme.
Sublinhe-se que o filme já se encontra envolto de polémicas por incluir dois abortos ilegais feitos por Marilyn Monroe. Numa das cenas, o feto pergunta à atriz: "Não me vais magoar desta vez, ou vais?".
Caren Spruch, diretora de artes e entretenimento da Federação de Planeamento Família dos EUA, disse aoThe Hollywood Reporter que é problemático retratar um feto como um bebé totalmente formado e, além disso, que fala.
"Há muito muito que fanáticos antiaborto contribuem com estigmas sobre o tema, usando descrições medicamente imprecisas sobre os fetos e a gravidez. Nós, na Federação, respeitamos a liberdade artística. Mas os assuntos ligados à gravidez, sobretudo o aborto, devem ser retratados com sensibilidade, autenticidade de precisão", disse ainda.