O cantor de ópera italiano Andrea Bocelli está a processar uma empresa especializada em serviços de jatos de luxo, alegando que o avião que lhe atribuiram, para algumas viagens da sua digressão nos EUA em 2021, era mais antigo do que o que estava no contrato.
A ação judicial, interposta no tribunal federal de New Hampshire, contra a Private Jet Services of Seabrook dá conta de que a empresa violou os termos do contrato, não só pela escolha do avião mas também pelo facto de a tripulação de um dos voos, entre uma cidade na Califórnia e Cleveland, ter avisado pelo intercomunicador que se esperava uma viagem acidentada.
O cantor italiano está a pedir uma indemnização três vezes maior do que os 569.800 dólares (cerca de 587 mil euros), do que que teve de pagar por voos alternativos, honorários a advogados e danos.
O processo refere que o representante de Bocelli contratou a empresa de jatos para assegurar o transporte para e nos Estados Unidos, durante um digressão em novembro e dezembro do ano passado.
No contrato constaria o aluguer de uma aeronave com um modelo admissível e a idade de fabrico do jato, que “idealmente não deveria ter mais de quatro anos”. O documento incluía ainda outros requisitos para serviços de bordo, como o facto de não serem feitas comunicações a bordo sobre as condições climatéricas e a turbulência do ar, “tudo para evitar provocar ansiedade indevida” ao cantor.
Segundo o processo em tribunal, a empresa concordou com os requisitos, incluindo a utilização do Falcon 2000LX para voos mais curtos dentro dos EUA e uma aeronave diferente para voos transatlânticos.
Mas a declaração final excluiu os termos da proposta que identificava a aeronave específica e, em letras pequenas, “que declarava, entre outras coisas, um tipo de aeronave com o qual as partes não concordaram – o Falcon 2000, em vez de o Falcon 2000LX”.
A empresa não cancelou os voos para as datas finais nem reembolsou Bocelli, que acabou por fretar novos voos com outra empresa, no valor de mais de 300 mil dólares, cerca de 310 mil euros).
A Private Jet Services of Seabrook pediu desculpas pelo erro na escolha da aeronave e pelo lapso da tripulação, mas um representante disse que não conseguiu encontrar um avião aceitável para as últimas cinco datas da digressão.