Entre 2009 e 2020, morreram 45 bebés no sudeste de Inglaterra devido à má qualidade dos cuidados hospitalares.
De acordo com um relatório divulgado, esta quarta-feira, "mortes, ferimentos e outras falhas poderiam ter terminado de forma diferente se os cuidados tivessem sido prestados de acordo com as normas aceites nacionalmente".
As palavras foram do autor do estudo, Bill Kikup, numa conferência de imprensa.
Foram analisados casos de 202 bebés, nascidos entre 2009 e 2020 em duas grandes maternidades de Kent, no sudeste de Inglaterra. De um total de 65 mortes, o relatório concluiu que 45 poderiam ter sido evitadas.
Kirkup disse ainda ter ouvido histórias "assustadoras" de famílias, descrevendo as conclusões do seu inquérito como "chocantes".
Houve "falhas de profissionalismo, compaixão e bondade", afirmou, lamentando que que "as mulheres não foram ouvidas".
"Em pelo menos oito ocasiões, durante um período de dez anos, os funcionários hospitalares receberam o que deveria ter sido um sinal inevitável de que havia problemas graves", explicou.
"Poderiam ter resolvido as coisas. A primeira vez foi em 2010. Mas não o fizeram. Em cada caso, encontraram uma forma de negar que existiam problemas", disse ainda.
Um relatório publicado em março deste ano sobre as maternidade no oeste de Inglaterra levou o Governo a pedir desculpa ao descobrir que tinham morrido mais de 20 bebés ao longo dos últimos 20 anos na sequência da recusa obstinada de cesarianas e uma falta de cuidados adequados.
Donna Ockenden, que conduziu esse inquérito, ficou encarregue de conduzir outro estudo, na área de Nottingham, no centro de Inglaterra, após queixas de várias famílias.