Depois dos confrontos no protesto pacífico, realizado à porta do consulado por um grupo de Hong Kong, em Manchester, no Reino Unido, no domingo, que culminaram na agressão de um manifestante, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, não descartou que as autoridades chinesas sejam processadas ou expulsas do Reino Unido.
Em causa está a prática “completamente inaceitável” de violência contra os manifestantes pró-democracia na cidade inglesa, cita o Guardian, acrescentando que o ministro convocou o encarregado chinês em Londres “na primeira oportunidade disponível” para exigir uma explicação sobre o incidente fora do consulado chinês no domingo.
“A polícia de Manchester está a conduzir uma investigação. Assim que obtiver mais detalhes, verei que outra mais ações é que posso escolher tomar em resposta aos acontecimentos”, disse Cleverly, no programa Today da BBC Radio 4, esta quarta-feira, revelando ainda que deixou “bem claro que este é um comportamento completamente inaceitável”. “A coisa certa a fazer agora é obter todos os factos da investigação policial”, concluiu.
No domingo, dia da abertura do congresso do Partido Comunista em Pequim, foi realizada uma manifestação autorizada no exterior do consulado chinês em Manchester com 30 a 40 ativistas pró-democracia em Hong Kong.
Em vídeos disponíveis nas redes sociais é possível observar indivíduos a sair do consulado para destruir as bandeiras dos manifestantes e a arrastar um participante do protesto para ser espancado dentro do complexo diplomático.
Mais tarde, o homem teve de receber tratamento hospitalar.
A polícia de Manchester revelou ter intervindo para proteger a vítima e desencadeou uma investigação, mas não fez detenções.
Um porta-voz de Pequim, Wang Wenbin, respondeu que “os desordeiros entraram ilegalmente no consulado geral chinês em Manchester e puseram em perigo a segurança das instalações diplomáticas”.
O Reino Unido deve “tomar (mais) medidas eficazes para reforçar a proteção do consulado chinês e dos funcionários”, urgiu, garantindo que embaixada e consulados chineses no Reino Unido cumprem as leis locais.