Sabedoria da política mineira

Agora, que venceu a primeira volta em Minas com quase 70% dos votos, mergulhou na campanha de Bolsonaro, explicando que, mais do que apoiar o polémico presidente, deseja evitar a volta do PT. Zema, em entrevista à revista Veja, lembrou que Lula e Dilma tiveram casos de corrupção comprovadas, são hostis ao setor privado e…

O governador reeleito de Minas, Romeu Zema, é um empresário que teve sua primeira experiência política ao se candidatar e vencer a eleição para o cargo em 2018. Na primeira volta, deu um apoio discreto ao Presidente Bolsonaro, porque seu partido teve um candidato, empresário como ele, e para não juntar sua proposta a do Presidente, com quem tem boas relações, mas muitas diferenças. 

Agora, que venceu a primeira volta em Minas com quase 70% dos votos, mergulhou na campanha de Bolsonaro, explicando que, mais do que apoiar o polémico presidente, deseja evitar a volta do PT. Zema, em entrevista à revista Veja, lembrou que Lula e Dilma tiveram casos de corrupção comprovadas, são hostis ao setor privado e que ele recebeu Minas em situação caótica de um governante do mesmo partido de Lula da Silva.

Em outro pronunciamento, declarou que, com uma vitória do PT e sua política bolivariana, os investimentos programados pelo setor privado certamente sofreriam diminuição.

Zema conseguiu ter maioria no legislativo local, o que deve facilitar as reformas e privatizações que não pôde fazer no primeiro mandato. O eleitor de Minas confirmou na representação na Câmara dos Deputados políticos que vêm de tradição familiar de gerações na política, como o ex-governador Aécio Neves – neto de Tancredo e filho do deputado Aécio Cunha –, Paulo Abi-Ackel, cujo pai foi parlamentar e ministro da Justiça, e Lafayette Andrada, da família presente no Parlamento desde o Brasil Reino Unido.
 
VARIEDADES

• Já recuperada do seu uso político nos governos Lula e Dilma, quando se tornou a empresa mais endividada do mundo, com mais de cem mil milhões de euros, a Petrobras começa a investir. O plano que será divulgado após as eleições do dia 30 deve implicar em cerca de 70 mil milhões em quatro anos, em exploração, ampliação do refino, eólica off-shore e biocombustível de aviação.

• Nos bastidores da diplomacia brasileira, comenta-se que o Brasil iria se abster na votação em que a Rússia foi condenada pela anexação de territórios ocupados. Uma ação coordenada pelos EUA e União Europeia acabou por levar o Brasil a apoiar seus aliados tradicionais. O Presidente Bolsonaro teria se baseado no fornecimento de gasóleo por parte da Rússia ao Brasil.

• O mais tradicional colégio leigo do Rio de Janeiro, o Padre António Vieira, vai encerrar suas atividades no final do ano. O estabelecimento recebeu desde os anos 1930 o melhor da elite brasileira.

• Uma casa de espetáculos para nove mil pessoas em pé, ou 3500 sentadas, abre esta semana na Barra da Tijuca, no Rio. Funcionará onde foi, em 1994, projeto de Ricardo Amaral. No dia 29 de novembro, Roberto Carlos ali gravará o espetáculo da noite de Natal da Rede Globo, como faz tradicionalmente. Aos 81 anos, o Rei continua a reinar.

• Hotel Glória, inaugurado em 1922 para as comemorações do centenário da Independência, teve um livro de sua história lançado no Rio. O local está sendo transformado em um grande empreendimento imobiliário, residencial com serviços e vista para a Baia da Guanabara. Entre os hóspedes ilustres, passaram por lá Albert Einstein, Maria Callas e Marylin Monroe, e era o preferido dos Presidentes José Sarney e Itamar Franco em suas idas ao Rio. E, a poucos metros do Palácio do Catete, foi palco de reuniões políticas relevantes nos anos de Getúlio Vargas.

• Ultrapassa 4500 os profissionais da saúde que morreram de covid.

• Entre os dez livros mais vendidos até setembro no Brasil, apenas três são de autores nacionais, e nenhum de escritor com tradição.

• Embora presente em várias cidades do Brasil e do mundo, a Oktoberfest de Blumenau, em Santa Catarina, é a maior das Américas e a segunda do mundo, só perdendo para a de Munique. A festa, que começou no dia 5, termina neste domingo 23. Conta com bandas e cantores vindos da Alemanha, teve abertura com 120 mil pessoas e reúne quase dois milhões de visitantes para consumir cerveja, comidas alemãs e dançar.

• O ex-juiz Sergio Moro, senador eleito, colocou de lado suas divergências com o Presidente Bolsonaro e se incorporou a campanha por ser contra a volta do PT. Moro é autor das sentenças que levaram Lula a prisão e que um juiz-nomeado pelo PT – anulou.