No caso de virem a ser contratados médicos indiferenciados para os Centros de Saúde, esse recurso será transitório e esses profissionais não terão lista de utentes. Quem o disse foi o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.
“O objetivo do Governo é que cada português tenha acesso a uma equipa de saúde familiar”, mas “outra coisa” é o recurso “transitório” a “outros médicos”, observou o dirigente. “Será que transitoriamente para facilitar o acesso aos cuidados de saúde primários, enquanto não pudermos ter uma equipa de saúde familiar para todos podemos contar com a participação de outros médicos? Poderemos contar, mas não vamos confundir as coisas“, explicou o ministro, adiantando que os médicos que não são especialistas em medicina geral e familiar “evidentemente que não” terão lista de utentes.
“Uma coisa é uma equipa e saúde familiar e outra coisa distinta é, não sendo ainda possível – e nos próximos dois a três anos não vai ser possível – garantir uma equipa de saúde familiar para todos os portugueses, podermos criar mecanismos que facilitem o acesso aos cuidados de saúde primários recorrendo a médicos que não são especialistas”, adiantou, sendo que, anteriormente, num discurso feito na cerimónia de apresentação da equipa diretiva do novo Conselho de Administração do IPO do Porto para o mandato 2022/2024, Pizarro abordou o Orçamento do Estado (OE) para 2023, asseverando que este tem a “maior dotação de sempre para a saúde“.
Pizarro acrescentou também que o Ministério da Saúde espera contratar este ano 400 a 500 médicos de família e abrir 1.000 vagas para especialistas, almejando renegociar as carreiras com os médicos como forma de os motivar.