“Agitar as águas”
O diretor da Polícia Judiciária (PJ) afirmou ontem que ninguém o “calará” porque tem “obrigação, idade e estatuto para poder agitar as águas”, após o bastonário da Ordem dos Advogados ter apresentado uma participação disciplinar devido a declarações que proferiu.
“Trabalhei 23 anos e meio na área do crime violento, tratei de decisões muito duras e corajosas para salvar vidas, estive em situações operacionais de elevada perigosidade (…) e não era agora uma situação destas que me iria causar qualquer rebuço, qualquer receio, até porque eu tenho obrigação, idade e estatuto para poder agitar as águas”, clarificou Luís Neves.
“Terrorismo judiciário”
O diretor da PJ reagiu ao facto do Conselho de Deontologia de Lisboa da Ordem dos Advogados (CDLOA) ter criticado declarações suas e confirmado que a participação disciplinar apresentada pelo bastonário Luís Menezes Leitão “seguirá agora a devida tramitação”, sendo que em causa estão declarações ao Observador, numa entrevista a 17 de outubro, na qual disse que nos processos de criminalidade económico-financeira há um “terrorismo judiciário, com recursos permanentes e incidentes processuais que entorpecem os autos” até uma decisão final, responsabilizando os advogados por essa situação.