A inspetora-geral da Administração Interna alertou, esta sexta-feira, para o número de mortes por suicídio entre polícias, que é superior aos óbitos registados no cumprimento do serviço
Querendo destacar a importância de uma maior atenção à saúde mental, Anabela Cabral Ferreira sublinhou que os agentes "são por vezes confrontados com faltas de respeito e alvo de provocações" e que, por isso, é necessário prepará-los para esta realidade "sem comprometerem o seu bem-estar e a sua saúde mental".
"Os polícias são obrigados a fazer sacrifícios que têm impacto na vida familiar, nas horas de descanso e, por vezes, na própria vida. Deve fazer-nos refletir que em Portugal, como noutros países, mais polícias morrem por suicídio do que em serviço. Isto reflete as dificuldades do trabalho, o stresse a que estão sujeitos e até a problemas emocionais e físicos de saúde que são sintomáticos de 'burnout'", afirmou durante o seu discurso na conferência "Controlo de conflitos e a desescalada no âmbito de intervenção da Polícia", em Lisboa.
"Os polícias merecem e precisam de mais. Precisam de saber técnicas e ter ferramentas para serem capazes de introduzir a desescalada de conflitos e merecem que tomemos atenção à sua saúde mental. Temos a responsabilidade de estudar, gerir melhor e resolver esta situação. Devemos isso àqueles que garantem o nosso modo de vida", defendeu a responsável da IGAI.