Após um autocarro da Carris ter sido apedrejado e atingido por um engenho explosivo na Ajuda, em Lisboa, pelas 21h35 desta segunda-feira, tendo os estilhaços dos vidros provocado ferimentos ligeiros em dois passageiros, que foram transportados para o Hospital de São Francisco Xavier, a companhia de transportes públicos decidiu pedir auxílio ao Ministério da Administração Interna (MAI).
“A Carris vai solicitar uma audiência com caráter de urgência ao ministro da Administração Interna no seguimento do apedrejamento contra um dos seus autocarros na última noite de segunda-feira, no Bairro da Ajuda, em Lisboa”, referiu em comunicado, sendo que, para além dos feridos ligeiros, 10 passageiros foram assistidos no local vítimas de ansiedade e, na mesma nota, a Carris agradeceu a “rápida intervenção” dos Bombeiros Voluntários da Ajuda e das forças de segurança que estiveram no local.
A PSP está a investigar a ocorrência e, questionada pelo Nascer do SOL, encaminhou um comunicado geral aos órgãos de informação. “O Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública confirmar que no dia de ontem, pelas 22h10, foi chamada a intervir junto de um autocarro da CARRIS, na Ajuda. O acionamento da Polícia ocorreu devido ao facto de durante a circulação da carreira esta ter sido alvo de arremesso de objetos, daí resultando danos em vidros daquele autocarro e, em consequência, dois feridos leves, entretanto transportados para unidade hospitalar”, começou por escrever a autoridade.
“Foram acionadas várias valências policiais sem contudo ter sido possível identificar os suspeitos da prática dos crimes verificados. Não obstante os factos vão ser comunicados ao Ministério Público e prosseguirão as possíveis diligências para a identificação dos autores do arremesso”, redigiu, deixando claro que se mantém “atenta à manutenção da segurança da comunidade e reforçará o policiamento na área em causa”.
A PSP “apela ainda que os cidadãos se abstenham da prática de comportamentos que ponham em causa a segurança dos transportes, bem como façam perigar a integridade física dos seus funcionários e passageiros”.
Outros casos Se fizermos uma pesquisa para compreendermos quais foram os últimos casos semelhantes a este que ocorreram em território nacional, encontramos somente aqueles que estão relacionados com o mundo do futebol. Por exemplo, no início de maio deste ano, um autocarro com adeptos do FC Porto foi apedrejado em Lisboa, no final de um jogo no Estádio da Luz que resultou na vitória dos dragões frente ao Benfica (0-1) e a conquista do 30.º campenato nacional de futebol pelos portistas.
De acordo com declarações ao Correio da Manhã, de uma fonte oficial da PSP, as autoridades tentaram de imediato identificar e localizar o autor do ataque. A mulher acabou por sofrer ferimentos e foi mesmo suturada com quatro pontos no rosto. “Eu estou bem e em breve estarei recuperada! Foi um momento horrível que vivi dentro daquele autocarro, desde a pedra que bateu no meu vidro, aos vidros que me cortaram, ao sangue que por ali ficou”, relatou nas redes sociais.
Pouco mais de uma semana depois, a venda dos últimos bilhetes para o Jamor foi tudo menos pacífica em Tondela e o Record noticiava que a mesma acabara “em desacatos com o autocarro do clube a ser apedrejado e com a necessidade da intervenção da GNR”.