O BCE está demasiado ortodoxo, não dando garantias de conseguir atingir o seu principal objectivo, que é o controlo da inflação.
Quando tantos governos estão contra a sua acção, os seus dirigentes deviam pensar 2 vezes, antes de tomarem decisões que parecem demasiado óbvias e duras. E os governos da UE, desde que não se lhe imponham (e não se viu nenhum a actuar nesse sentido, com a possível excepção da Alemanha noutros tempos), têm naturalmente todo o direito de o criticar.
Porque toda e gente percebe que a sua receita, sendo demasiado ortodoxa, pode provocar deflacção, sem controlar a inflação.
Christine Lagarde faz-nos lembrar demasiado Passos Coelho, quando nós precisávamos de um político tipo Cavaco ou Draghi à frente do BCE, com imaginação e seguro. Ela agiu muito tarde, quando toda e gente estava a achar tarde, e os seus homólogos concorrentes já tinham agido, parecendo apenas preocupada com o facto de o dólar (cujos guardiões actuaram mais cedo, embora agora tenham entrado na mesma onda) já valer mais do que o euro. E daí ter feito aumentos excessivos dos juros (em que os EUA também entraram), talvez sem pensar nas consequências junto dos bancos comerciais. Se conseguir pôr o euro e valer mais do que o dólar, isso prejudicará mais os trabalhadores europeus. Mas os americanos parece só quererem o dólar também a valer mais, sem terem em conta o interesse dos trabalhadores e exportadores. E o resto?