A China comprometeu-se a participar de uma forma mais ativa na luta contra as alterações climáticas, disse o enviado chinês, Xie Zhenhua, após a cimeira de líderes, realizada na 27.ª Conferência das Partes (COP27) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorre em Sharm el-Sheikh, referindo ainda que os Estados Unidos devem assumir “responsabilidades” antes de se “levantarem barreiras” para conversas sobre reconciliações.
“A determinação da China em participar ativamente no governo do clima mundial não vai recuar nem muito menos mudar”, disse o enviado do clima da China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa e cujo presidente não se deslocou à COP27.
Na segunda-feira, ouviu um apelo do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres – que esta quarta-feira cometeu uma gafe (ver pág. 30) –, pedir à China para assumir a sua “responsabilidade particular”.
“Este ano, os eventos meteorológicos extremos foram frequentes, com graves prejuízos em inúmeros continentes do mundo. As crises energéticas e alimentar atingiram o mundo, uma após outra, e o processo da ação climática está confrontado com numerosos desafios”, disse Xie Zhenhua, acrescentando que “a este propósito, o multilateralismo, a solidariedade e a cooperação sempre foram a solução para as dificuldades”.
Nas suas declarações, o enviado chinês abordou ainda o clima de tensão com os Estados Unidos, revelando que se encontrou com o seu homólogo norte-americano, John Kerry, e que estes falaram sobre este conflito diplomático.
“A responsabilidade é dos Estados Unidos. Esperamos que eles tomem a iniciativa, para eliminar as barreiras. Acho que a porta está absolutamente fechada para eles. Nós, na China, estamos a tentar abri-la”, afirmou Xie Zhenhua, citado pelo Guardian.
“Já iniciámos conversas informais com os Estados Unidos. Nós, juntamente com John Kerry, estamos a realizar um esforço conjunto para apoiar a presidência egípcia e ter uma COP27 bem-sucedida”, acrescentou.
A tensão entre os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo atingiram um novo pico neste verão, depois da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, ter visitado a ilha de Taiwan, sobre a qual a China reivindica soberania.