A Amazon pretende avançar com o despedimento de cerca de 10 mil trabalhadores já a partir desta semana, avançou o The New York Times, que cita fontes próximas ao processo. A empresa ainda não confirmou a informação. A confirmar-se, este será o maior corte de trabalhadores na gigante tecnológica. A mesma fonte refere ainda que o corte representaria cerca de 3% dos funcionários corporativos da Amazon e menos de 1% da sua força de trabalho global (que conta com mais de 1,5 milhões de trabalhadores, principalmente em regime temporário).
A notícia surge depois de a dona do Facebook ter anunciado também o despedimento de 11 mil trabalhadores – também o maior despedimento da história da rede social –, tendência seguida também pelo Twitter.
Ao Nascer do SOL, Paulo Rosa, economista do Banco Carregosa, já tinha justificado que os confinamentos durante a pandemia levaram a que a este género de empresas tivessem de recrutar mais trabalhadores “para responderem à crescente e robusta procura pelas suas tecnologias”. Mas, com o gradual regresso ao trabalho presencial, “apesar do teletrabalho ser ter tornado uma realidade crescente, o robusto crescimento da receita destas empresas tecnológicas desacelerou, espoletando um dowsizing mais ou menos generalizado neste setor”. E lembrou mesmo que a Amazon tinha contratado nos últimos dois anos pessoal para os seus armazéns para responder às elevadas encomendas.
Paulo Rosa defende ainda que a redução de pessoal “poderá ser também justificada pelos investimentos realizados por algumas empresas”, lembrando também que “as elevadas taxas de juro e o aumento do custo de vida significam que os consumidores gastam cada vez menos dinheiro. Isso, por sua vez, impacta a receita dessas empresas tecnológicas. Menos receita, é claro, significa que as empresas precisam cortar custos”.