O atual contexto de inflação, cuja estatística oficial revela aumentos de 27,6% nos produtos energéticos e de 18,9% nas matérias-primas alimentares, “está a ter impactos nefastos nas empresas da restauração, similares e do alojamento turístico”. A garantia é dada pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) com base nos dados do seu mais recente inquérito que revela que “quer para as empresas de restauração e similares, bem como do alojamento turístico, as consequências da inflação são cada vez mais preocupantes para a sustentabilidade dos negócios”.
Segundo os dados, para 71% das empresas da restauração, e para 83% das empresas de alojamento, os custos com matérias-primas aumentaram até 50%.
E acrescenta que a escassez de produtos essenciais “também já se faz sentir nas nossas atividades, conforme referido por 73% das empresas da restauração e por 26% do alojamento”.
O aumento de preços levou então a que fosse “inevitável” para as empresas deste setor a atualização dos preços de venda: 83% das empresas da restauração e 69% do alojamento a aumentaram os seus preços de venda. Na restauração (51%) e no alojamento (45%), o aumento não ultrapassou os 10%. E as empresas já estão a sentir “quebras significativas” na faturação.
Para atenuar os efeitos da inflação, que pode vir a agravar-se, a AHRESP “tem vindo a propor medidas temporárias, como a aplicação da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas e nas tarifas de energias, gás e eletricidade”, garantindo que as respostas ao inquérito mostram “a pertinência das medidas”.
E diz que a ausência das mesmas “irá provocar um novo aumento de preços, despedimento de trabalhadores e encerramento de empresas”, algo que as empresas já estão a ponderar, não tendo também perspetivas animadoras para o último trimestre do ano.