O PSD, que devia apresentar alternativas políticas de oposição, limita-se a estar contra tudo, bom e mal, mesmo contra o que sempre defendeu, sem fazer realmente Oposição, que ninguém mais faz. Mas os outros, é normal, porque não têm e expectativa de chegar ao Poder. Por isso, preferem um populismo, que funciona junto de certos nichos, pouco interessados também em apoiarem qualquer Poder. Até parece surrealista o aparecimento de Paulo Rangel, depois de ser tão vencido na corrida para a liderança, só a fazer lembrar Boris Johnson – e em pior. E de não ter conseguido ultrapassar um deputado europeu do PSD, de que é chefe nominal.
Daí vermos o PSD contra o gasoduto europeu, que liga a Península Ibérica à Europa, e que foi elogiado por todos os comentadores próximos de si. Como vimos os mercados, por si tão defendidos, apoiarem o OE, e o PSD preferir afirmar-se contra, e nada nele negociar, nem sequer a favor dos seus supostos apoiantes.
De resto, o PSD continua a bater na mesma tecla: gostava que o PS fizesse uma austeridade maior do que a pedida pela troika, como o PSD de Passos. E quer a mesma política que os mercados recusaram em Inglaterra.
Depois, elogios só tem para Passos Coelho, a quem Montenegro serviu como líder parlamentar (altura em que só aprendeu a ser um oposicionista agressivo e sem nenhuma proposta, queira Deus que o partido ainda arranje a tempo alguém para se candidatar contra o PS, tipo Rio). Portanto, este PSD só pode trazer-nos um país dividido e tenso como no tempo de Passos, ou uma política sem pensamento nem contemplações à Lagarde. Porque os casinhos já deram o que tinham a dar, e o PSD também está mergulhado neles (como partido do centrão e com vocação de Poder).
E a única oposição que se vai vendo é a de Marcelo Rebelo de Sousa, agora diminuído pelo excesso de intervencionismo, num aspecto em que não haveria razão para o diminuir. Nem sei se valerá a pena ele dar a isso importância.